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19.9.12

'ENEM' COMO CANDIDATO O HADDAD DEIXA DE SER TRAPALHÃO

O problema do Haddad é ainda não
ter encontrado os parceiros ideais
O PT, quem diria, esqueceu a própria trajetória de partido que cresceu de eleição em eleição embora sua visibilidade na mídia fosse muito menor que a das agremiações de centro e direita.

Por um punhado de segundos a mais no horário eleitoral de São Paulo, o seu símbolo primordial, o ex-presidente Lula, pagou o mico de posar para repulsivas e criticadíssimas fotos na Mansão Maluf.

O candidato Fernando Haddad, por sua vez, além do constrangimento de ser zoado como a  Dona Flor  de dois improváveis  maridos, ainda viu bater asas a vice ideal, Luíza Erundina, que seguiu os ventos da dignidade.

Agora, na tentativa de tirar do ar uma rotineira propaganda adversária, nova catástrofe em termos de comunicação!

A peça tucana vincula Haddad a José Dirceu, Delúbio Soares e Paulo Maluf. "Sabe o que acontece quando você vota no PT? Você vota, ele volta", diz o narrador, a cada foto de  vilão  exibida.

Na política, a falta de perspicácia
produz invariavelmente este resultado
O advogado petista, como um rinoceronte na loja de cristais, produziu um estrago muito maior do que o ganho almejado, ao queixar-se ao TRE nos seguintes termos:
"A publicidade é manifestamente degradante porque promove uma indevida associação entre Fernando Haddad e pessoas envolvidas em processos criminais e ações de improbidade administrativa.

Sempre que [Haddad] teve poder de nomeação [quando era ministro], nunca nomeou Delúbio, Maluf ou Dirceu.

Se tais pessoas jamais foram nomeadas por Fernando Haddad, o que sobra então a intenção dessa propaganda? Sobra a intenção de degradar através da associação da imagem do candidato às pessoas que surgem na tela".
Em termos práticos, o resultado foi ele receber um calaboca do juiz:
"...não se há que falar em degradação e ridicularização quando se estabelece a ligação entre o candidato e outros filiados a seu partido ou a partido coligado, ligação esta de conhecimento público e notório.
Expor-se ao ridículo é crime
sem perdão na era da internet
Da mesma forma que um candidato pode ser beneficiado pelo apoio de correligionários bem avaliados pela população, pode ele ser prejudicado pela associação feita a políticos não tão bem avaliados".
Em termos políticos, a sua patética ingenuidade rendeu uma manchete intriguenta da Folha de S. Paulo, que trombeteou: Haddad diz que associá-lo a Zé Dirceu é degradante.

Isto porque o advogado do PSDB, ao ser comunicado da ação, deve ter corrido a alertar os dirigentes sobre a vacilada; e estes devem ter corrido a oferecer o  furo  à Folha.

Como o  padrinho  Lula terá recebido a informação de que seu  afilhado  jamais nomearia Zé Dirceu e Delúbio (que ele nomeou) e Maluf (cujo apoio ele buscou)? Conhecendo bem o pupilo, deve ter pensado com seus botões que, quem é burro, pede a Deus que o mate e ao diabo que o carregue...

Para os petistas que ignoram como essas coisas se passam, Haddad parecerá um traíra que abandona os companheiros em desgraça.

Para os mais perspicazes, um bobalhão que não controla direito sua campanha, dando trunfos de mão beijada ao inimigo.

O que não passaria de uma reprise das trapalhadas por ele cometidas ao organizar o Enem...

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