Quem me conhece, sabe que eu tenho sempre assumido posição pública de defesa dos direitos humanos, sejam quais forem os governos que os ameaçam. E já travei, com sucesso, várias batalhas de opinião pública, defendendo boas causas.
Então, tenho pedido aos defensores de Cesare Battisti que evitem desacreditar a Justiça italiana, como vêm fazendo, pois é um mau argumento. Como a Itália não é uma ditadura, os nossos adversários sempre poderão alegar que o Cesare Battisti deveria aceitar a deportação e lutar até o fim para ser inocentado no país dele.
Além disto, o princípio de autodeterminação dos povos é extremamente importante para nós. Se quisermos ter moral para criticarmos o Bush e Israel, que frequentemente o infringem, não podemos, como brasileiros, nos arrogar o direito de julgarmos a Justiça italiana. As ruas têm sempre duas mãos. Tudo que dissermos agora poderá ser usado contra nós numa situação futura.
P. ex., os sites fascistas cobram do governo Lula que dê a esse caso a mesma solução que deu ao episódio dos pugilistas cubanos.
Eu cantei essa bola no momento em que aquilo aconteceu. Manter o direito de asilo como algo sagrado era muito mais relevante para nós, revolucionários, do que agradar ao Fidel Castro.
Nunca devemos desvalorizar princípios que são importantes para nossas lutas presentes e futuras. O direito de asilo é um. O princípio da autodeterminação dos povos, outro.
Então, nosso apelo às autoridades brasileiras e nossas campanhas de convencimento da opinião pública devem bater na tecla HUMANITÁRIA e no respeito à TRADIÇÃO DE ASILO POLÍTICO brasileira. Críticas à Itália (e à França) só enfraquecerão a nossa posição.
Não somos os juízes do mundo, mas, tão somente, cidadãos empenhados em garantir a liberdade de Cesare Battisti. Devemos atrair todas as simpatias possíveis, não semear antipatias.
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18.9.07
CESARE BATTISTI: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA
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Brigadas Vermelhas,
Cesare Battisti
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