"...no
fundo, tenho alma de articulista. Durante o Caso Battisti,
principalmente, fiz o que mais gosto: travar pessoalmente as lutas e
utilizar meus textos, urgentes e contundentes, como arma para reagir aos
acontecimentos. Escrevo com muito mais tesão no calor das batalhas.
Neste final de 2012, contudo, os caminhos que até então vinha trilhando parecem esgotados: ou por se terem revelado ilusórios, ou por a acumulação de forças haver cessado. E não sou de ficar patinando sem sair do lugar; inexistindo movimento, sinto faltar-me o ar.
Ao fazer um balanço das minhas opções, percebi haver percorrido um longo caminho desde que acabei de escrever o Náufrago, tendo, portanto, seguido à risca o conselho do grande compositor Ednardo: 'Está escrito/ No grande livro da sabedoria popular/ Que primeiro se deve viver/ Que é pra depois poetar'.
Não só há muitos episódios novos para relatar, como o naufrágio da minha geração foi definitivamente superado: os ideais de 1968 estão de novo nas ruas, mesmo que os ocupantes de Wall Street, os manifestantes contra a ganância, os que confrontam tiranias bestiais e os escrachadores de monstros evitem rotulações.
Era este, aliás, o sentido último do título do meu primeiro livro: houve um naufrágio, mas houve sobreviventes. A utopia nunca morre."
Trechos da introdução do Guerreiro da Utopia, meu novo livro, que pretendo concluir ainda em 2012, para lançamento no primeiro semestre de 2013.
É
também a justificativa de não estar alimentando meus blogues com a
profusão de textos novos a que os leitores se habituaram. Minhas manhãs
agora pertencem ao Guerreiro.
E,
enquanto estiver escrevendo-o, continuarei avaliando minhas
perspectivas para 2013. Alguns caminhos estão fechados ou já me levaram
até onde poderiam levar. Prefiro tentar abrir novas frentes de atuação
do que insistir nas velhas.
Sempre dedicando os melhores esforços à realização da utopia, que é a razão de ser da minha vida.
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