Na eleição para prefeito de São Paulo havia duas certezas:
- a chegada de José Serra no 2º turno;
- sua derrota final.
Os sucessivos e cada vez mais
insatisfatórios mandatos dos tucanos e seus aliados, no Estado e na
cidade de São Paulo, saturaram o eleitorado. Com enorme rejeição, Serra
jamais conseguiria remar contra esta maré. Seu eleitorado cativo só lhe
permitiria levar a disputa para a prorrogação, tornando-se, a partir
daí, presa fácil para o adversário.
Mais: os eleitores ansiavam pelo novo.
Muito se falará sobre o talento que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem para eleger postes, mas a sorte desempenhou papel importante.
O espaço da novidade foi imediatamente ocupado por Celso Russomanno, beneficiando-se do prestígio televisivo e do apoio da Igreja Universal.
Sua arrancada fulminante impediu que um novo mais consistente (e menos identificado com a velha podridão) se afirmasse.
Nas duas semanas que antecederam o 1º turno, a propaganda do PT desconstruiu Russomanno, explorando episódios do seu passado e plantando na cabeça do eleitor a idéia de que ele iria encarecer o transporte coletivo. Não era bem isto, mas só candidato tolo faz propostas complicadas, que podem ser voltadas contra si, tendo pouco tempo no horário eleitoral para as explicar.
O esvaziamento do balão Russomanno, em cima da hora, não deu aos eleitores oportunidade para se direcionarem a outro novo. O caminho ficou aberto para o triunfo de Fernando Haddad.
A esquerda consequente fez campanha pelo voto nulo no 2º turno e tem um resultado apreciável para exibir: 500.578 votos (7,26%).
Somados aos votos em branco (299.224, 4,34%) e à abstenção (1.722.880, 19,99%), são quase três eleitores em cada dez (29,2%) que não viram motivos para votar nem em Haddad (3.387.720, 39,3%), nem em Serra (2.708.768, 31,4%).
Mais: os eleitores ansiavam pelo novo.
Muito se falará sobre o talento que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem para eleger postes, mas a sorte desempenhou papel importante.
O espaço da novidade foi imediatamente ocupado por Celso Russomanno, beneficiando-se do prestígio televisivo e do apoio da Igreja Universal.
Sua arrancada fulminante impediu que um novo mais consistente (e menos identificado com a velha podridão) se afirmasse.
Nas duas semanas que antecederam o 1º turno, a propaganda do PT desconstruiu Russomanno, explorando episódios do seu passado e plantando na cabeça do eleitor a idéia de que ele iria encarecer o transporte coletivo. Não era bem isto, mas só candidato tolo faz propostas complicadas, que podem ser voltadas contra si, tendo pouco tempo no horário eleitoral para as explicar.
O esvaziamento do balão Russomanno, em cima da hora, não deu aos eleitores oportunidade para se direcionarem a outro novo. O caminho ficou aberto para o triunfo de Fernando Haddad.
A esquerda consequente fez campanha pelo voto nulo no 2º turno e tem um resultado apreciável para exibir: 500.578 votos (7,26%).
Somados aos votos em branco (299.224, 4,34%) e à abstenção (1.722.880, 19,99%), são quase três eleitores em cada dez (29,2%) que não viram motivos para votar nem em Haddad (3.387.720, 39,3%), nem em Serra (2.708.768, 31,4%).
Lembrem-se: estamos num país em que O VOTO NÃO É FACULTATIVO (!), TENDO-SE MANTIDO, MESMO DEPOIS DA REDEMOCRATIZAÇÃO, SEU AUTORITÁRIO CARÁTER COMPULSÓRIO (!!) ATÉ A AVANÇADA IDADE DE 70 ANOS (!!!). Então, tais números evidenciam um enorme desânimo e insatisfação com as opções predominantes.
E que predominam exatamente porque o jogo é de cartas marcadas: os maiores partidos usam e abusam do poder econômico, além de praticamente monopolizarem o horário gratuíto.
De quebra, dão um jeito de fazer com que sejam cancelados os debates televisivos QUANDO TEMEM UMA ALTERAÇÃO DO QUADRO ELEITORAL. Foi o que a TV Record fez nos dois turnos e a Globo no 1º turno.
Ou seja, o sistema aprendeu como evitar que uma nova Luíza Erundina conquiste um governo importante, o que é fundamental para o deslanche de um pequeno partido.
Se já tivesse tal expertise em 1988, o PT levaria muito mais tempo para crescer e talvez não estivesse hoje, paradoxalmente, em condições de barrar os herdeiros dos seus ideais de outrora, como acaba de fazer na cidade do Rio de Janeiro, onde sua opção política foi, simplesmente, IMORAL.
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