É curiosa a CartaCapital. Desde os tempos em que a Tribuna da Imprensa
(RJ) expressava, da primeira à última página, as posições do aguerrido
Hélio Fernandes, eu não vejo um veículo tão identificado com seu dono.
Pena que Mino, o arqui-super-ultra-megalomaníaco que faz questão de exibir a certidão de propriedade até no nome da revista, não tenha a milionésima parte do talento e da coragem de Hélio Fernandes.
Aquele, de peito aberto, confrontava ditaduras. Já o Mino foge como um fedelho quando desafiado para debater com intelectuais que travam o bom combate, como o Carlos Lungarzo, o Rui Martins e eu. Nunca fez jus ao apelido de imperador, salvo se o paradigma forem imperadores como Nero e Honório.
Herdeiro do que o Partido Comunista Italiano tinha de pior --e não, jamais!, do extraordinário legado de Gramsci--, Mino tem uma característica inconfundível dos stalinistas: adora caçar bruxas.
Ele e seu escudeiro Walter Maierovitch ultrapassaram todos os limites jornalísticos na cruzada histérica para tentarem forçar a extradição de Cesare Battisti. Houve momentos em que textos adversos ao escritor se sucederam edição após edição; não contente em destilar seu rancor em editoriais, Mino escrevia ele mesmo as notícias sobre o Caso Battisti, sem assiná-las, mas entregando o ouro ao utilizar o linguajar vetusto e pernóstico que lhe é peculiar.
Depois daquela derrota acachapante, parece que o novo alvo da CartaCapital é Monteiro Lobato.
Um tal Willian Vieira adota, na patética querela dos patrulheiros cricris contra um dos maiores escritores engajados que este país já produziu, uma posição tendenciosíssima, bem ao feitio do Mino e do Maierovitch.
Enviou uma pauta simplesmente grotesca a Teresa Lajolo, que, além de doutora em Letras e professora titular da Unicamp, tem em seu passado lutas importantes, como a do resgate das ossadas de Perus. As perguntas vieram impregnadas de furor inquisitorial, como se constata neste exemplo:
Pena que Mino, o arqui-super-ultra-megalomaníaco que faz questão de exibir a certidão de propriedade até no nome da revista, não tenha a milionésima parte do talento e da coragem de Hélio Fernandes.
Aquele, de peito aberto, confrontava ditaduras. Já o Mino foge como um fedelho quando desafiado para debater com intelectuais que travam o bom combate, como o Carlos Lungarzo, o Rui Martins e eu. Nunca fez jus ao apelido de imperador, salvo se o paradigma forem imperadores como Nero e Honório.
Herdeiro do que o Partido Comunista Italiano tinha de pior --e não, jamais!, do extraordinário legado de Gramsci--, Mino tem uma característica inconfundível dos stalinistas: adora caçar bruxas.
Ele e seu escudeiro Walter Maierovitch ultrapassaram todos os limites jornalísticos na cruzada histérica para tentarem forçar a extradição de Cesare Battisti. Houve momentos em que textos adversos ao escritor se sucederam edição após edição; não contente em destilar seu rancor em editoriais, Mino escrevia ele mesmo as notícias sobre o Caso Battisti, sem assiná-las, mas entregando o ouro ao utilizar o linguajar vetusto e pernóstico que lhe é peculiar.
Depois daquela derrota acachapante, parece que o novo alvo da CartaCapital é Monteiro Lobato.
Um tal Willian Vieira adota, na patética querela dos patrulheiros cricris contra um dos maiores escritores engajados que este país já produziu, uma posição tendenciosíssima, bem ao feitio do Mino e do Maierovitch.
Enviou uma pauta simplesmente grotesca a Teresa Lajolo, que, além de doutora em Letras e professora titular da Unicamp, tem em seu passado lutas importantes, como a do resgate das ossadas de Perus. As perguntas vieram impregnadas de furor inquisitorial, como se constata neste exemplo:
"Ao contrário de Twain, que era um defensor da igualdade racial, um antirracista notório, Monteiro Lobato é reconhecidamente um autor com tintas racistas – para alguns, era um eugenista. Isso faria do livro uma situação distinta da de Twain?"
A
entrevistada não se deixou coagir pelo advérbio intimidatório (é bem
maior a quantidade e a qualidade dos acadêmicos e estudiosos que reconhecem exatamente o contrário). E retrucou:
"Minha opinião é diferente. Não acho que a posição assumida pelo narrador lobatiano manifesta atitudes que possam ser consideradas 'racistas', isto é, não creio que a obra literária lobatiana expresse ou propague atitudes de agressão e de desamor a negros".
O
tal Willian concedeu à companheira Lajolo apenas um parágrafo de sua
reportagem, cujo viés é o dos pupilos da Dona Solange, a censora-mor da
ditadura militar. Começando pelo título: Caçada ao racismo (vide aqui).
Indignada, ela pediu ao Observatório da Imprensa que publicasse o conjunto de suas respostas ao tal Willian (vide aqui).
Indignada, ela pediu ao Observatório da Imprensa que publicasse o conjunto de suas respostas ao tal Willian (vide aqui).
Tudo
que havia a dizer-se sobre essa questiúncula que, de tão ínfima, jamais
deveria ter sido levada ao Supremo Tribunal Federal, está dito na
resposta final de Teresa Lajolo, cujos trechos principais transcrevo e assino embaixo:
"Não acho que seja universal ('em todo mundo') a tendência a 'corrigir' obras literárias. Mas mesmo que fosse – judeus e prostitutas excluídos da obra de Shakespeare, escravos negros expulsos da Bíblia e das Mil e Uma Noites, homossexuais banidos da obra de Dante – eu seria contra.
Também discordo de incluir 'ressalvas' (como notas de rodapé, anotações & similares ) em livros. Elas manifestam uma vontade disfarçada de 'gerenciar' a leitura, impondo certos significados (e proscrevendo outros) aos leitores.
...Que tipo de cidadão forma a frase final de Caçadas de Pedrinho, na qual Tia Nastácia, tomando o lugar de Dona Benta em um carrinho, proclama: 'Agora chegou minha vez. Negro também é gente, sinhá...' (p.71).
Será que a voz da própria Tia Nastácia, no livro, não é mais convincente do que rodapés e advertências?"
Quanto
ao tal Willian, a diferença entre ele e Shakespeare não está apenas na
grafia do prenome (William, no segundo caso). Está na trincheira ocupada
por cada um. São antípodas, inimigos irreconciliáveis, os criadores e os
censores (tanto os assumidos quanto aqueles que não ousam dizer seu
nome...).
Torquemada
é pior do que os vampiros: por mais que cravemos estacas no seu
coração, ele sempre volta. Só que, já não tendo o Tribunal do Santo
Ofício a seu dispor, ele agora é obrigado a recorrer ao STF.
A
repetição da História é, mais do que nunca, uma farsa: no século 21 não
se colocam mais livros no index, nem se condena Giordano Bruno.
Não nos livramos da ditadura dos militares para cairmos na ditadura do politicamente correto,
autoilusão impotente dos que abdicaram de mudar o mundo e agora tentam
convencer-se de que cumprem um papel revolucionário mudando a forma como
nos referimos às coisas do mundo.
Marx rechaçou esta saída pela tangente há exatos 167 anos, na 11ª tese sobre Feuerbach:
"Os filósofos nada mais fizeram do que interpretar o mundo, de diversas maneiras. Chegou a hora de transformá-lo".
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Minha
campanha para a vereança de São Paulo continua dependendo do apoio de
companheiros que julguem importante quebrarmos a espinha dos
reacionários e golpistas, detendo a escalada autoritária em São Paulo.
O artista gráfico Eliseu de Castro Leão, que há três décadas mora e
trabalha na Itália, solidariamente produziu ótimos folhetos; eles estão à disposição dos interessados que o
solicitarem a lungaretti@gmail.com
Se alguém tiver amigos/conhecidos influentes na mídia convencional
ou alternativa, não custa nada propor que noticiem minha campanha.
Outras possibilidades são as de divulgar a carta destinada ao eleitorado em geral (copiar daqui) e o vídeo que, solidariamente e por iniciativa própria, o
poeta Marcelo Roque criou (disponibilizado em
http://youtu.be/f76HdD34Arg).
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