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11.6.10

ROBINHO É HUMILHADO POR DUNGA

A Seleção carrancuda de Dunga nos envergonha e dá tiro no pé.

Nossas melhores características sempre foram a cordialidade, a irreverência, o temperamento lúdico.

Somos conhecidos mundialmente pela arte dos nossos boleiros, pela beleza plástica que conseguimos associar ao futebol, fazendo jogadas de sonho como aqueles dois gols que Pelé não marcou no Mundial de 1970 e, no entanto, são até hoje muito mais lembrados do que uma imensidão de tentos sem brilho.
Aí vem um Dunga, mata a fantasia e faz do escrete um exército.

Passa como um trator sobre a tradição de termos os melhores a nos representar, discriminando os talentos imensamente superiores (ao de quem tomou seu lugar) do Ronaldinho Gaúcho, Paulo Henrique Ganso e Roberto Carlos. A não convocação desses três foi um crime lesa-futebol.

Aí, quando tudo marchava para termos só robozinhos em campo, o serelepe Robinho consegue brilhar mesmo em ambiente tão adverso.

Durante alguns dias, acalentamos a esperança de que haveria pelo menos um representante de nossa escola de jogar bola, um herdeiro de Garrincha em meio aos herdeiros do Dunga jogador.

O que acontece? Por uma ninharia, ter dado uma entrevista à Globo apesar do pacto de rabugice que o Führer obrigou os jogadores a firmarem, Robinho é coagido a expiar seu pecado humilhando-se diante de todo grupo.

O que é isso?! A Seleção virou Tribunal do Santo Ofício, com Dunga no papel de Grande Inquisidor?

Se o futebol de Robinho minguar como minguou o dos meninos do Santos depois de terem recebido uma punição igualmente caxias e desnecessária, não poderemos reclamar. A culpa é nossa, por termos deixado a coisa ir tão longe.

E se o alegre povo africano direcionar suas simpatias a outras Seleções, já que a de Dunga lembra demais a rigidez do apartheid, também não teremos do que nos queixar. Que joguemos sem aplausos, pois não os merecemos.

Enquanto isso, Maradona cria o melhor clima com que um escrete do seu país já disputou uma Copa. Parece ter roubado nosso encanto e mandado a arrogância argentina para nós.

Temo que este novo duelo entre Maradona e Dunga acabe como o de 1990, quando o fora de série deitou e rolou em cima do carregador de piano no lance decisivo.

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