Já são quase oito anos de atividades incessantes, começando pelo blogue Celso Lungaretti - O rebate e depois se diversificando com o Náufrago da Utopia e o Diário de campanha do Lungaretti. Chega o momento de fazer uma pausa para reciclagem.
Há muito estou precisando recuperar o fôlego. Esperei até o desfecho da eleição presidencial de 2014 porque, embora esteja totalmente cético quanto à possibilidade de fazermos avançar a revolução por meio da (e em meio à) putrefata política oficial, percebi uma tempestade se formando no horizonte e tudo fiz para alertar os que a podem evitar.
Nem isto consegui. Então, só me resta torcer para que estejam equivocadas as minhas previsões.
Faço uma última recomendação: que os dirigentes da esquerda palaciana aprendam a evitar os confrontos cujo desfecho será desastroso a médio ou longo prazo. Há vitórias que conduzem a acachapantes derrotas e aos mais terríveis retrocessos. A História será implacável com os pastores que conduzirem seus rebanhos ao extermínio.
De resto, vou refletir profundamente sobre os caminhos para concretizar a contribuição que eu ainda me proponho a dar, nos anos que me restam, para a causa à qual tenho dedicado toda a minha vida consciente.
O certo é que continuarei apostando nos movimentos e mobilizações que surjam nas ruas, à margem do sistema falido e na contramão dos podres poderes. Quando eu tiver a possibilidade de desempenhar um papel na formação de novas gerações de revolucionários, sem os defeitos e os vícios daquelas que se tornaram parte da realidade que deveriam transformar, será a hora de voltar ao ringue.
A tarefa que gostaria de estar desempenhando a partir do day after da eleição presidencial seria a da construção de uma nova esquerda. A velha, contudo, insiste em pular fora do caixão, embora sua sobrevida já nada nos augure de bom. No mínimo, o cronograma da revolução terá sofrido um substancial atraso. Torçamos e façamos figa para que seja só este o prejuízo. Um novo 1964 é tudo de que não precisamos.
De minha parte, não vejo mais motivo nenhum para me ocupar da política oficial, exceto se o País vier a enfrentar a ameaça de uma nova ditadura. Aí, nenhum antigo resistente poderá se furtar ao dever de lutar com todas suas forças contra uma recaída nas trevas.
Mas, não havendo emergências nem o tão aguardado ascenso revolucionário, este blogue permanecerá em recesso indefinidamente, com repostagens esporádicas de textos antigos para mantê-lo vivo.
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