Entra presidente, sai presidente, os Estados Unidos continuam um país prepotente.
Hoje (12/04) e amanhã estarão reunidos em Washington representantes de 47 nações, na chamada Cúpula de Segurança Nuclear. Quem rege a orquestra, claro, são os anfitriães.
Segundo um alto funcionário do Governo Obama, "a cúpula é focada na cooperação para prevenir o contrabando nuclear, de forma a reduzir tanto quanto possível o perigo de que grupos de terror ou gangues de criminosos coloquem as mãos em materiais nucleares".
Até aí, tudo bem. Bombas atômicas não são mesmo brinquedos para bandos de tresloucados.
A coisa pega quando se percebe nas entrelinhas que o verdadeiro motivo da reunião é concertar sanções (quiçá ações, no sentido intervencionista do termo...) contra o Irã, o resto não passando de conversa pra boi dormir.
Israel, p. ex., não é signatário do Tratado Não-Proliferação Nuclear e cogitou até ficar fora da cúpula, por temer que o fossem pressionar nesse sentido.
A hilária esposa do ex-presidente Clinton correu a tranquilizar os falcões israelenses: "Israel compartilha conosco uma preocupação profunda com as ambições nucleares do Irã e também sobre a ameaça de terrorismo nuclear", afirmou a secretária de Estado dos EUA.
Ou seja, Israel não admite controle internacional de nenhuma espécie sobre seus programas nucleares, e tudo bem.
O Irã almeja ser tratado da mesma maneira, e tudo mal.
Esses dois países representam ameaças à humanidade?
A resposta é sim.
O Irã, por ser um estado teocrático, cujos condutores supõem ter (ou fingem que têm) linha direta com seu Deus, de quem receberiam as determinações mais cruéis e desumanas, como a de assassinar mais de uma centena de cidadãos que protestaram pacificamente contra uma fraude eleitoral.
Que garantia os demais países têm de que gente desse tipo não recorrerá a armas nucleares contra nações inimigas, iniciando a derrubada das peças de dominó que poderá levar à extinção da espécie humana? Realmente, nenhuma.
Israel, por sua vez, é um estado pirata, que descumpre sistematicamente as resoluções da ONU e é capaz de promover massacres terríveis como o da virada de 2008 para 2009, quando dizimou velhos, mulheres e crianças palestinos da faixa de Gaza, repetindo as práticas infames dos nazistas: se algum soldado de Hitler era emboscado nos territórios ocupados e não havia como punir os verdadeiros responsáveis, matavam moradores escolhidos a esmo.
Quem trata os civis como reféns sobre os quais é lícito retaliarem-se as ações dos combatentes também não oferece garantia nenhuma aos demais países de que seja nuclearmente correto.
A única forma de convivência de Israel com seus vizinhos tem sido a intimidação. Usa e abusa da sua condição de mais forte. Não é contido por escrúpulos de nenhuma espécie. Sua inclemência faz lembrar Átila, Gengis Khan e Vlad Dracul.
Só não foi derrotado até agora porque, na verdade, o inimigo que os senhores feudais e/ou tiranos do Oriente Médio mais temem é o seu próprio povo, que deve ser mantido sempre submisso; em segundo lugar, seus congêneres dos países vizinhos; e Israel vem só em terceiro lugar.
Mais dia, menos dia, esses déspotas serão derrubados e os novos governos vão conseguir unir-se contra Israel, como até agora nunca fizeram (quanto muito enfrentaram-no simultaneamente, só que sem obedecerem a uma estratégia conjunta nem unificarem seu comando pra valer).
Quando Israel tiver sua existência ameaçada, hesitará em usar as armas atômicas?
Por tudo que dele sabemos e por tudo que fez nas últimas seis décadas, só há uma resposta plausível: não.
Pelo contrário, os precedentes sugerem que, numa eventual iminência de extinção, arriscará tranquilamente levar consigo o resto da humanidade.
Então, se o Irã for enquadrado mas Israel mantiver sua licença para matar, continuaremos sem segurança nuclear nenhuma.
Recordando o velho Freud, que associava a agressividade ao déficit sexual, talvez fosse melhor uma cópula do que essa cúpula ridícula...
Hoje (12/04) e amanhã estarão reunidos em Washington representantes de 47 nações, na chamada Cúpula de Segurança Nuclear. Quem rege a orquestra, claro, são os anfitriães.
Segundo um alto funcionário do Governo Obama, "a cúpula é focada na cooperação para prevenir o contrabando nuclear, de forma a reduzir tanto quanto possível o perigo de que grupos de terror ou gangues de criminosos coloquem as mãos em materiais nucleares".
Até aí, tudo bem. Bombas atômicas não são mesmo brinquedos para bandos de tresloucados.
A coisa pega quando se percebe nas entrelinhas que o verdadeiro motivo da reunião é concertar sanções (quiçá ações, no sentido intervencionista do termo...) contra o Irã, o resto não passando de conversa pra boi dormir.
Israel, p. ex., não é signatário do Tratado Não-Proliferação Nuclear e cogitou até ficar fora da cúpula, por temer que o fossem pressionar nesse sentido.
A hilária esposa do ex-presidente Clinton correu a tranquilizar os falcões israelenses: "Israel compartilha conosco uma preocupação profunda com as ambições nucleares do Irã e também sobre a ameaça de terrorismo nuclear", afirmou a secretária de Estado dos EUA.
Ou seja, Israel não admite controle internacional de nenhuma espécie sobre seus programas nucleares, e tudo bem.
O Irã almeja ser tratado da mesma maneira, e tudo mal.
Esses dois países representam ameaças à humanidade?
A resposta é sim.
O Irã, por ser um estado teocrático, cujos condutores supõem ter (ou fingem que têm) linha direta com seu Deus, de quem receberiam as determinações mais cruéis e desumanas, como a de assassinar mais de uma centena de cidadãos que protestaram pacificamente contra uma fraude eleitoral.
Que garantia os demais países têm de que gente desse tipo não recorrerá a armas nucleares contra nações inimigas, iniciando a derrubada das peças de dominó que poderá levar à extinção da espécie humana? Realmente, nenhuma.
Israel, por sua vez, é um estado pirata, que descumpre sistematicamente as resoluções da ONU e é capaz de promover massacres terríveis como o da virada de 2008 para 2009, quando dizimou velhos, mulheres e crianças palestinos da faixa de Gaza, repetindo as práticas infames dos nazistas: se algum soldado de Hitler era emboscado nos territórios ocupados e não havia como punir os verdadeiros responsáveis, matavam moradores escolhidos a esmo.
Quem trata os civis como reféns sobre os quais é lícito retaliarem-se as ações dos combatentes também não oferece garantia nenhuma aos demais países de que seja nuclearmente correto.
A única forma de convivência de Israel com seus vizinhos tem sido a intimidação. Usa e abusa da sua condição de mais forte. Não é contido por escrúpulos de nenhuma espécie. Sua inclemência faz lembrar Átila, Gengis Khan e Vlad Dracul.
Só não foi derrotado até agora porque, na verdade, o inimigo que os senhores feudais e/ou tiranos do Oriente Médio mais temem é o seu próprio povo, que deve ser mantido sempre submisso; em segundo lugar, seus congêneres dos países vizinhos; e Israel vem só em terceiro lugar.
Mais dia, menos dia, esses déspotas serão derrubados e os novos governos vão conseguir unir-se contra Israel, como até agora nunca fizeram (quanto muito enfrentaram-no simultaneamente, só que sem obedecerem a uma estratégia conjunta nem unificarem seu comando pra valer).
Quando Israel tiver sua existência ameaçada, hesitará em usar as armas atômicas?
Por tudo que dele sabemos e por tudo que fez nas últimas seis décadas, só há uma resposta plausível: não.
Pelo contrário, os precedentes sugerem que, numa eventual iminência de extinção, arriscará tranquilamente levar consigo o resto da humanidade.
Então, se o Irã for enquadrado mas Israel mantiver sua licença para matar, continuaremos sem segurança nuclear nenhuma.
Recordando o velho Freud, que associava a agressividade ao déficit sexual, talvez fosse melhor uma cópula do que essa cúpula ridícula...
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