Pasmem: tanto a Câmara dos Representantes quanto o Senado dos EUA aprovaram, por esmagadoras maiorias, resoluções de apoio ao genocídio que Israel está perpetrando no Gueto de Gaza!
Como se fossem autistas, alheios a tudo que câmaras mostram, correspondentes relatam e a ONU deplora (com tanta veemência quanto impotência), os parlamentares estadunidenses atribuem ao Hamas a responsabilidade única por essa versão em miniatura e com sinal trocado do Holocausto.
"Israel, como qualquer outra nação, tem direito à autodefesa quando está sob ataque", disse a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, omitindo a extrema desigualdade de forças e a adoção da matança generalizada de civis (velhos, mulheres e crianças incluídos) como prática intimidatória por parte do estado judeu.
Então, que fique o resto do mundo ciente: por melhores que sejam as intenções do presidente eleito Barack Obama, pouco ou nada poderá fazer para corrigir as distorções mais aberrantes da política dos EUA. O Congresso não deixará.
De resto, louve-se a coerência dos deputadores e senadores estadunidenses, que mantêm ínalterada sua postura através dos séculos. Avalizaram outrora o extermínio dos indígenas em seu país com a mesmíssima argumentação ora utilizada para avalizar o extermínio dos palestinos.
PITONISA - Embora pareça mais o jornalzinho da Gaviões da Fiel enfocando um Corinthians x Palmeiras, o trecho abaixo é da reportagem "O direito à autodefesa", publicada na edição de 14/01/2009 da revista Veja:
"O que é fora de dúvida é que Israel não pode (e não vai) perder a guerra contra as forças da intolerância religiosa no Oriente Médio, representada agora pelos terroristas do Hamas. Israel é uma sentinela avançada da democracia e da civilização judaico-cristã cercada por nações e grupos políticos armados que formal e claramente lutam pela destruição do estado judeu e pela morte de todos os seus habitantes não-árabes. Também é fora de dúvida que não haverá paz enquanto os vizinhos hostis não aceitarem que a existência de Israel é legítima, que o país tem o direito de se defender e que o terrorismo destrói o que pretende construir."
A confusão é total entre espaços noticiosos e editoriais, bem como entre jornalismo e militância e, enfim, entre análise séria e mera expressão de desejos.
Eu, que não vi em nenhuma bola de cristal se Israel vai ou não perder qualquer guerra, prefiro relatar/comentar os fatos à medida que vão ocorrendo, como aprendi na escola de jornalismo .
BUMERANGUE - O PT comparou a carnificina em Gaza com suas similares históricas, cometidas pelos nazistas. Pelo menos desta vez, está certíssimo.
Que se preparem, entretanto, os petistas para o bumerangue: eles é que serão alvos de uma comparação extremamente vexatória, caso venham a entregar o perseguido político Cesare Battisti para a retaliação (não Justiça) italiana.
O episódio será encarado pela esquerda digna desse nome como repetição do ato indigno de Getúlio Vargas, ao despachar Olga Benário para os cárceres nazistas e a morte.
E a reputação que certos petistas laboriosamente tentam construir, de coerência com os ideais históricos que o partido esqueceu, virará pó no mesmo instante.
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10.1.09
FAROESTE NO GUETO DE GAZA
Marcadores:
Barack Obama,
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3 comentários:
Celso, pessoar autistas não devem ser comparadas com tais seres, e muito menos ter sua deficiência tratada de modo pejorativo e preconceituoso.
Abraço,
Thomas
Pensando bem, você tem toda razão. Doentes merecem nossa compaixão e solidariedade. Canalhas só merecem nossa repulsa.
Celso utilizou a expressão autistas como "fora da órbita dos acontecimentos hodiernos". Não há aqui condição pejorativa. Eu milito na causa dos excepcionais há anos, e vejo que o único preconceito é aquele que está fora do jogo de palavras. Está embutido, enraizado na gente...
Quanto ao texto... até agora não consegui escrever artigos sobre. Talvez pq em 1999 eu tenha escrito uma manifesto ignorado... Mas, vou refazê-lo. E readaptar aos tempos atuais.
A ONU virou ciranda-cirandinha... mas, as mãos são sempre estendidas a Israel...
Bom o texto!
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