Gulliver... |
Roger Waters, que foi letrista, baixista e co-vocalista do conjunto britânico de rock progressivo Pink Floyd, não é melhor do que Caetano Veloso e Gilberto Gil apenas como artista (o álbum conceitual The Wall, que foi por ele concebido, coloca-o num patamar inalcançável para os baianos): também vale muito mais do que eles como ser humano e como homem político.
Waters faz parte do movimento global BDS (boicote, desinvestimento e sanções), que pressiona Israel a devolver ao povo palestino os territórios que tomou e mantém manu militari. Neste sentido, enviou carta a Caetano e Gil, exortando-os a não se apresentarem num dos piores transgressores de direitos humanos do mundo atual, país genocida e réprobo (pois suas bestialidades foram condenadas um sem-número de vezes pela ONU).
...e os liliputianos. |
Por meio das respectivas assessorias, ambos fizeram saber que são bem diferentes do que davam a entender em suas composições.
Gilberto Gil prefere engordar sua conta bancária do que "ficar em casa/ (...) preparando/ palavras de ordem/ para os companheiros/ que esperam nas ruas/ pelo mundo inteiro/ em nome do amor" (Questão de ordem).
E do Caetano Veloso nunca mais poderemos esperar que nos ajude a "derrubar as prateleiras/ as estantes, as estátuas/ As vidraças, louças, livros, sim" (É proibido proibir). Ele quer mesmo é empilhar maços e mais maços de novos shekels, a moeda israelense.
Há uma página no Facebook dedicada ao assunto: Tropicália não combina com apartheid. Recomendo.
Clique aqui para acessar a carta de Waters, na íntegra.
Ela é irrespondível, o que explica a falta de resposta por parte dos habitualmente tão loquazes Veloso e Gil. Já devem estar arrependidos da capitulação à "força da grana que ergue e destrói coisas belas" (Sampa). Inclusive reputações...
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