Há alguns anos, quando eu era ainda inexperiente na web, um internauta que frequenta grupos de discussão de esquerda aproximou-se de mim oferecendo ajuda. Para não proporcionar-lhe a notoriedade que tanto almeja, vou chamá-lo apenas de Provocador.
Como sempre dou um crédito de confiança às pessoas, até que demonstrem não o merecer, aceitei seus préstimos. De concreto, o Provocador só apontou algumas tribunas em que eu poderia publicar meus artigos, como o CMI.
Logo percebi que seu verdadeiro foco era atacar genericamente o Partido dos Trabalhadores e, individualmente, figuras mais importantes do que ele, para pegar uma carona no seu prestígio, como o antagonista do famoso. Naquele momento, sua vítima era o companheiro Laerte Braga.
Fiquei na minha. Por considerar que o PT agrupava tanto militantes de esquerda quanto cidadãos direitistas, centristas e carreiristas, eu preferia estimular a ala do partido que se mantinha fiel às propostas originais de 1980, combatendo apenas os alinhados com o sistema.
Isto porque algumas vitórias a ala esquerda do PT ainda obtém, como a decisão do ex-presidente Lula sobre Battisti. E, havendo novos rachas, seus integrantes serão nossos aliados naturais, podendo até militar conosco. Por que empurrá-los para o outro lado e, ainda por cima, fechar portas? Sectarismo é a doença infantil do esquerdismo.
Também não tinha motivo nenhum para juntar-me ao Provocador em sua cruzada contra o companheiro Laerte Braga, com quem até cheguei a travar polêmicas ásperas mas, como eu, defende as posições que considera justas e às vezes se choca com quem sustenta outras posições. Entre um homem de esquerda e um mero exibicionista, jamais optarei pelo segundo.
Isto azedou minhas relações com o Provocador. E chegamos à ruptura no curso do Caso Battisti, pois ele insistia em priorizar o desgaste do PT e não a liberdade do companheiro italiano.
Recusou-se a integrar o Comitê de Solidariedade para não ficar submetido a suas decisões, mas, de fora, multiplicava as tentativas de criar constrangimentos para Lula.
A gota d'água foi quando o caso estava no Supremo Tribunal Federal e ele tentou lançar campanha para que Lula atropelasse o STF, libertando imediatamente Battisti.
Saltava aos olhos que Lula não agiria assim. Se o exigíssemos, além de sairmos com as mãos abanando e angariarmos antipatia para nossa causa nos círculos governamentais, ainda daríamos um forte trunfo propagandístico aos inimigos. Poderiam trombetear que temíamos a decisão do Supremo e, antidemocraticamente, estávamos tentando virar a mesa. Resumindo: perda total.
Fiquei sem outra opção que não a de jogar todo meu peso político contra tal proposta. E isto tornou o Provocador meu inimigo figadal.
Desde então, ele fez de mim seu alvo principal. E chegou ao cúmulo de publicar um e-mail que lhe havia escrito em tempos idos, no qual era citado o nome dos companheiros que me procuraram para pedir que denunciasse os sites das viúvas da ditadura.
Ou seja, assumi sozinho a denúncia porque, sendo pessoa conhecida, os fascistas virtuais pensariam duas vezes antes de tentarem alguma represália direta. Aí o Provocador, por mera picuínha, expôs quem estava ao meu lado nessa empreitada.
Meses e anos se passaram, com o Provocador sempre me atacando com um estoque inesgotável de falácias e eu apenas respondendo laconicamente, para ficar registrado que não calo nem consinto, mas evitando dar quilometragem às suas puerilidades.
Até que, nesta 2ª feira (24/10), ele postou no CMI esta aberração: Será Celso Lungaretti um agente da CIA?
Até que, nesta 2ª feira (24/10), ele postou no CMI esta aberração: Será Celso Lungaretti um agente da CIA?
Embora se trate apenas de uma elocubração não lastreada em fato nenhum e o Provocador careça da mais remota credibilidade, um boato desses, à custa da repetição, torna-se potencialmente perigoso. E, claro, é a quintessência da política de esgoto.
Daí eu ter decidido divulgar amplamente esta última provocação, o que não fiz com nenhuma das anteriores (e foram dezenas!). Pois, nada como a luz para espantar quem se move nas trevas.
Por último: o Provocador está equivocado. Integro, isto sim, os quadros da U.N.C.L.E., tanto que meu verdadeiro nome é Napoleon Solo. E faço dupla com o agente Illya Kuryakin, que finge chamar-se Carlos Lungarzo...
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