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8.10.10

'FOLHA' PRESSIONA STM: VALE TUDO PARA DIFAMAR DILMA

Com o editorial Sigiloso tribunal militar, a Folha de S. Paulo intensifica as pressões para que o STM lhe permita devassar o processo a que a presidenciável Dilma Rousseff respondeu durante a ditadura militar. [ver também meu artigo "Folha" trava batalha jurídica para obter munição contra Dilma]

Segundo o jornal, "mesmo que tais documentos se prestassem a 'uso político', isso seria legítimo numa democracia". Editorialistas antigamente eram demitidos por afirmações menos aberrrantes...

Em nenhum momento a Folha toca no ponto que venho levantando desde 2008, quando do episódio algoz e vítima: o que esse processo contém é a versão unilateral de usurpadores do poder e terroristas de estado acerca dos que resistiam à sua tirania.

Como a tortura era generalizada e bestial, os militantes presos reservavam suas forças para evitar fornecer informações que levassem à localização de outros companheiros, da rede logística e de planos importantes.

Seria insensatez aguentar pau-de-arara, choques e espancamentos para negar que tal ou qual companheiro participara de determinada ação; a regra não escrita era confirmarmos o que os torturadores já sabiam e o que eles acreditavam ser verdade, pois, afinal, nenhum de nós estava preocupado com enquadramentos penais naquele momento.

Sabíamos que as farsas encenadas nas auditorias militares serviam apenas para dar aparência de legalidade à fixação das penas que os serviços de Inteligência das Forças Armadas previamente estipulavam. Então, de que nos adiantaria aclarar o quadro?

Os sites e correntes de e-mails da extrema-direita, evidentemente municiados por torturadores do passado como Brilhante Ustra, divulgam incessantemente esses  sambas do crioulo doido.

Sou apontado como jurado de um tribunal revolucionário que nem sei se ocorreu, como autor de um comunicado fantasioso e outras sandices.

E, mesmo sem saber quais os participantes de cada ação (era informação restrita apenas a quem precisava mesmo saber), eu conhecia muito bem a sistemática operacional e posso afirmar categoricamente que, em quase todos os relatos que a extrema-direita difunde sobre sequestros de diplomatas, expropriações de bancos, etc., são apontados muito mais autores do que os nelas efetivamente envolvidos.

Então, o que o STM está até agora negando à Folha não são informações fidedignas, mas sim disparatadas ou desconexas.

Mas, como o eleitorado brasileiro ignora tais detalhes, tenderia a tomar como verdadeiras as acusações que os serviçais da ditadura fizeram a Dilma Rousseff, sejam lá quais forem.

É uma pena que os petistas nos altos escalões governamentais não tenham se preocupado com isto em tempos mais amenos.

Cheguei a interpelar o secretário especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi, exatamente sobre tal assunto, recebendo a resposta de que as prioridades imediatas eram outras e isto poderia esperar.

Ou seja, não havia pressa em impedir que os fascistas continuassem nos caluniando impunemente.

Enfim, o que se vê agora é o resultado de um grave erro daqueles que tinham o dever de zelar para que heróis e mártires deste país não fossem vilmente denegridos.

Quanto à repulsiva tendenciosidade da mídia golpista, nada mais é do que aquilo que dela já esperávamos. Não surpreende nem um pouco.

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