Recebi e-mail com a seguinte mensagem:
As fotos são as seguintes:
"Por favor, repassem para o maior número de brasileiros, para que ninguém ignore essa biografia e acabe votando em uma terrorista de alta periculosidade para presidente do Brasil.Anexadas, vieram cinco fotos de pessoas mortas, com o seguinte título geral: "Assassinados pela VPR e VAR-Palmares grupos guerrilheiros a que pertencia a Dilma, ou Vanda, ou Patrícia, ou Luíza, como eram seus codinomes".
"Estas fotos anexas são para reavivar a memória da terrorista Dilma, ministra do governo Lula e candidata a presidente da República do Brasil em 2010.
"Ela teve amnésia e não se lembra dos assaltos a banco, dos sequestros, assassinatos, delação de colegas e tudo o mais que fez. Só lembra que foi torturada, sabe com detalhes quem foram os que a prenderam e a 'maltrataram', mas não sabe por quê .
"Foi por isso, dona Dilma, a senhora e seus comparsas queriam implantar o regime de Cuba no Brasil e estes que estão aí, mortos pelo seu bando, foram alguns dos obstáculos que impediram que alcançasse o seu objetivo de implantar uma DITADURA COMUNISTA NO BRASIL
"Claro, vocês não foram tratados como trataram seus adversários aqui e nos regimes que lhes financiavam: Cuba, Rússia e China, entre outros, por isso estão aí vivinhos, sendo indenizados por essas mortes e, pior, governando este país!"
As fotos são as seguintes:
- do jornalista Regis de Carvalho e do almirante reformado Nelson Gomes Fernandes, atingidos pela explosão de uma bomba cujo alvo era o presidente Costa e Silva, em junho/1966, no aeroporto de Guararapes (PE). OS PRÓPRIOS SITES ULTRADIREITISTAS E MILITARES ATRIBUEM TAL ATENTADO À AÇÃO POPULAR (AP), ORGANIZAÇÃO QUE NUNCA TEVE DILMA ROUSSEFF COMO MILITANTE (ela só militou na Polop, no Colina e na VAR-Palmares).
- do capitão Charles Rodney Chandler (1968), do soldado Mário Kozel Filho (1968) e do tenente Alberto Mendes Jr. (1970), MORTOS PELA VPR, OUTRA ORGANIZAÇÃO QUE NUNCA TEVE DILMA ROUSSEFF COMO MILITANTE, ao contrário do que o e-mail apócrifo sustenta.
Foi só entre junho/1969 e outubro/1969 que ela esteve em contato com quadros da VPR, pois esse agrupamento se fundiu ao Colina, formando a VAR-Palmares; mas, quatro meses depois já aconteceu uma cisão, com Dilma permanecendo na VAR e a ala oposta recriando a VPR.
É totalmente ridículo querer vinculá-la a episódios sucedidos em 1968, quando ela estava militando no Colina de Minas Gerais e não tinha nenhum contato com a VPR paulista; ou a uma ocorrência de abril/1970, depois de ela ter optado por não aderir ao grupo que refundou a VPR (afora o pequeno detalhe de que ela estava presa desde janeiro/1970...).
Ou seja, a propaganda extremista não tinha como imputar-lhe mortes com um mínimo de verossimilhança, até porque não foi disto que a ditadura a acusou ao julgá-la em suas auditorias militares, após inquéritos instruídos com o uso generalizado e indiscriminado da tortura; o jovem militante da VAR-Palmares Chael Charles Schreier, p. ex., foi fulminado por um ataque cardíaco durante as sevícias que sofria na PE da Vila Militar (RJ) em novembro de 1969, dois meses antes da prisão de Dilma.
Mesmo assim, seguindo fielmente os passos do ministro de propaganda nazista Joseph Goebbels (aquele que recomendava martelar uma mentira até que ela passasse por verdade), as correntes virtuais direitistas apelam despudoradamente para a distorção da História, ao jogarem nas costas de Dilma as vítimas de outros grupos revolucionários -- além de omitirem que o Brasil estava submetido ao terrorismo de estado por parte dos golpistas que usurparam o poder em 1964, o que descaracteriza como crimes os atos praticados no legítimo exercício do direito de resistência à tirania.
Em todas as lutas contra o despotismo através dos tempos, sempre houve ações com encaminhamentos e resultados discutíveis, o que não altera o caráter fundamental desses confrontos, nem iguala os resistentes a seus verdugos (a equiparação não se dá nem mesmo na quantidade de baixas, pois as bestas-feras do arbítrio invariavelmente matam mais -- em nossos anos de chumbo elas abateram 379 cidadãos, muitos dos quais executados covardemente depois de presos).
Por último, o tal e-mail trazia também anexada a ficha policial fajuta de Dilma Rousseff que pipoca desde 2008 na web e foi desmascarada de vez quando a Folha de S. Paulo caiu na besteira de a publicar, tendo depois de admitir de público que não passava de uma falsificação grosseira.
É totalmente ridículo querer vinculá-la a episódios sucedidos em 1968, quando ela estava militando no Colina de Minas Gerais e não tinha nenhum contato com a VPR paulista; ou a uma ocorrência de abril/1970, depois de ela ter optado por não aderir ao grupo que refundou a VPR (afora o pequeno detalhe de que ela estava presa desde janeiro/1970...).
Ou seja, a propaganda extremista não tinha como imputar-lhe mortes com um mínimo de verossimilhança, até porque não foi disto que a ditadura a acusou ao julgá-la em suas auditorias militares, após inquéritos instruídos com o uso generalizado e indiscriminado da tortura; o jovem militante da VAR-Palmares Chael Charles Schreier, p. ex., foi fulminado por um ataque cardíaco durante as sevícias que sofria na PE da Vila Militar (RJ) em novembro de 1969, dois meses antes da prisão de Dilma.
Mesmo assim, seguindo fielmente os passos do ministro de propaganda nazista Joseph Goebbels (aquele que recomendava martelar uma mentira até que ela passasse por verdade), as correntes virtuais direitistas apelam despudoradamente para a distorção da História, ao jogarem nas costas de Dilma as vítimas de outros grupos revolucionários -- além de omitirem que o Brasil estava submetido ao terrorismo de estado por parte dos golpistas que usurparam o poder em 1964, o que descaracteriza como crimes os atos praticados no legítimo exercício do direito de resistência à tirania.
Em todas as lutas contra o despotismo através dos tempos, sempre houve ações com encaminhamentos e resultados discutíveis, o que não altera o caráter fundamental desses confrontos, nem iguala os resistentes a seus verdugos (a equiparação não se dá nem mesmo na quantidade de baixas, pois as bestas-feras do arbítrio invariavelmente matam mais -- em nossos anos de chumbo elas abateram 379 cidadãos, muitos dos quais executados covardemente depois de presos).
Por último, o tal e-mail trazia também anexada a ficha policial fajuta de Dilma Rousseff que pipoca desde 2008 na web e foi desmascarada de vez quando a Folha de S. Paulo caiu na besteira de a publicar, tendo depois de admitir de público que não passava de uma falsificação grosseira.
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