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22.12.12
ENTÃO, É NATAL. O QUE VOCÊ TEM FEITO?
JOHN LENNON
Happy Xmas (war is over)
Happy Xmas (war is over)
So this is Xmas
And what have you done
Another year over
And a new one just begun
And so this is Xmas
I hope you have fun
The near and the dear one
The old and the young
A very Merry Xmas
And a happy New Year
Let's hope it's a good one
Without any fear
And so this is Xmas
For weak and for strong
For rich and the poor ones
The world is so wrong
And so happy Xmas
For black and for white
For yellow and red ones
Let's stop all the fight
A very Merry Xmas
And a happy New Year
Let's hope it's a good one
Without any fear
And so this is Xmas
And what have we done
Another year over
A new one just begun
And so happy Xmas
We hope you have fun
The near and the dear one
The old and the young
A very Merry Xmas
And a happy New Year
Let's hope it's a good one
Without any fear
War is over, if you want it
War is over now
JOHN LENNON
Feliz natal (a guerra acabou)
Então é natal
E o você tem feito?
Outro ano acaba
E um novo está apenas começando
E então neste natal
Eu espero que se divirtam
Os próximos e os queridos
Os velhos e jovens
Um muito feliz natal
E um feliz ano novo
Vamos esperar que seja um bom
Sem qualquer medo
E então é natal
Para os fracos e para os fortes
Para os ricos e os pobres
O mundo está tão errado
E então feliz natal
Para os negros e brancos
Para os amarelos e vermelhos
Vamos parar toda a luta
Um muito feliz natal
E um feliz ano novo
Vamos esperar que seja um bom
Sem qualquer medo
E então é natal
E o que nós temos feito?
Outro ano acaba
E um novo está apenas começando
E então feliz natal
Esperamos que se divirtam
O próximo e o querido
O velho e o jovem
Um muito feliz natal
E um feliz ano novo
Vamos esperar que seja um bom
Sem qualquer medo
A guerra acabou, se você desejar isto
A guerra está terminada agora
16.12.12
AS LIÇÕES DA EPOPÉIA CORINTHIANA
A
maior lição que a vitória do Corinthians sobre o Chelsea por 1 a 0 e
consequente conquista do Mundial de Clubes 2012 deixa é a de que A VONTADE DOS HOMENS PODE PREVALECER SOBRE O PODER DO DINHEIRO.
O Chelsea não passa de um amontoado de estrelas de vários países, legião estrangeira que um bilionário russo arrebanhou a peso de ouro.
O Corinthians tem um elenco bem menos valorizado no mercado da bola, mas força coletiva muito superior. Trata-se de um grupo homogêneo de jogadores no mínimo bons, e sem nenhum elemento desagregador.
Conta, ademais, com o melhor técnico brasileiro em termos de liderança e organização tática. No jargão futebolístico, Tite tem o time na mão e sabe exatamente como tirar o máximo proveito de cada peça.
Então, repetindo o que fez com Vanderley Luxemburgo naquele célebre Corinthians 1x3 Grêmio em pleno Pacaembu, decisão da Copa do Brasil de 2001, ele deu um nó tático no treinador adversário Rafael Benitez.
A jornada dispersiva do Emerson impediu que a superioridade do conjunto corinthiano se traduzisse em gols já no 1º tempo. E, aproveitando seus inegáveis talentos e alguns vacilos da zaga alvinegra, o Chelsea acabou até levando mais perigo nas finalizações.
Mas, além de tudo, Tite tem estrela. O goleiro no qual ele apostou às vésperas da Libertadores --e que evitou a desclassificação do Corinthians contra o Vasco no Pacaembu-- teve neste domingo atuação simplesmente impressionante. Uma vez na vida sou obrigado a concordar com o Galvão Bueno: "histórica".
E, se no primeiro semestre a aposta de Tite no Romarinho permitiu que o Corinthians saísse sem derrota do temido La Bombonera, agora quem decidiu tudo foi o peruano Guerrero, por ele bancado até mesmo quando não havia certeza de que se recuperasse a tempo de uma contusão.
Foi de lavar a alma.
O Chelsea, que nem de longe mereceu superar o Barcelona na Liga dos Campeões, recebeu o troco na mesma moeda: mais agudo do que o Corinthians, foi vencido por um adversário extremamente determinado e (reconheçamos) afortunado.
Tite mostrou ao Brasil inteiro como, no futebol moderno, se arma um time para diminuir a vantagem do favorito.
O arcaico Felipão atualmente não lhe chega aos pés, tanto que seu retrospecto no Palmeiras, contra as duas equipes um pouco mais próximas da modernidade futebolística (Corinthians e Fluminense), foi péssimo. Chegou a perder até da equipe B alvinegra.
O goleiro Cássio se consagrou, provando que Mano Menezes estava certíssimo em convocá-lo para a Seleção Brasileira, mas ficou lhe devendo uma chance entre os titulares.
Diego Cavalieri é, sim, ligeiramente melhor. Mas, a envergadura do gigante corinthiano talvez fale mais alto. Contra cracaços, ele conseguiu atrapalhar finalizações que poderiam ser fatais, ao crescer diante dos atacantes (sobra bem pouco espaço para enfiarem a bola e eles acabam errando...).
Quanto ao Santos que o Barcelona fez de gato e sapato no ano passado, recebeu também uma lição: quando se disputa o jogo mais importante da carreira, espera-se, no mínimo, personalidade e firmeza. Perder faz parte do jogo, mas entregar-se sem luta é inadmissível. O Neymar só faltou pedir autógrafo ao Messi...
Outro contraste significativo é a mudança que cada técnico efetuou depois da semifinal: enquanto a de Muricy desarrumou a defesa do Santos, a troca de Douglas por Jorge Henrique foi fundamental para o Chelsea não encontrar as avenidas pelas quais desfilara contra o Monterrey.
De resto, o Brasil deve muito ao Corinthians. Depois dos sucessivos vexames em Mundiais de seleções e de clubes, Olimpíadas, etc., o (hoje mais do que nunca!) Timão pôs um fim nos vareios europeus.
Precisávamos resgatar nossa moral futebolística, ainda mais ao entrarmos na fase decisiva dos preparativos para a Copa do Mundo. Conseguimos.
Resta cair a ficha para as viúvas da ditadura que comandam a CBF: descartado o melhor técnico com o qual poderíamos contar (Pep Guardiola), sobra Tite como o mais apto a nos proporcionar alguma chance de êxito.
Felipão, por sua vez, significa a certeza da derrota.
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14.12.12
AOS COMPANHEIROS E AMIGOS...
...principalmente
os que de alguma forma colaboraram com minha campanha a vereador de São
Paulo, comunico que estou reassumindo a condição de independente.
Acreditei
que meu engajamento no Partido Socialismo e Liberdade pudesse
contribuir para o resgate de algumas posturas dos revolucionários de
minha geração, como a de que só devemos disputar posições e assumir
postos no Legislativo e no Executivo burgueses com a finalidade tática
de acumularmos forças.
Encarando
o capitalismo como o maior obstáculo à felicidade dos seres humanos e a
maior ameaça à sobrevivência da humanidade, avaliei que, se
conquistasse algum naco de poder nas suas entranhas, isto serviria para
amplificar minha voz e dar mais amplitude à minha atuação, no sentido de
aguçar-lhe as contradições e evidenciar seu caráter desumano e
predatório, fazendo avançar a luta por sua extinção.
Também
pretendia impulsionar a união de todas as forças anticapitalistas na
luta contra o inimigo de classe, fundamental neste momento em que somos
minoritários e quase impotentes para influir verdadeiramente nos rumos
políticos da Nação.
Fui
fiel aos meus valores e princípios: lutei. Mesmo sabendo que assumia
uma missão praticamente impossível, tentei de todas as formas abrir um
caminho para mim e para outros.
Até
para não desestimular jovens idealistas, prefiro não esmiuçar os
motivos pelos quais fracassei e hoje considero inalcançáveis tais metas.
Apenas
deixo registrada minha opção pessoal de não continuar no PSOL nem me
filiar a qualquer outro partido empenhado em repetir, corrigindo-a, a
trajetória do PT --ou seja, crendo na hipótese de que seja possível não
se desviar do objetivo revolucionário no meio do caminho.
Conclui
que havia uma única oportunidade histórica para tal via ser bem
sucedida: aquela em que também me empenhei ("Quem não dormiu no
sleeping-bag nem sequer sonhou") e que foi, lamentavelmente,
desperdiçada.
E
que é "nas escolas, nas ruas, campos, construções", na praça que "é do
povo como o céu é do condor", que nossa luta pode atualmente resultar.
Não no seio dos (ou com um pé nos) podres Poderes.
13.12.12
BOLA DA VEZ, LULA SE ORGULHA DE TER ENRIQUECIDO OS EMPRESÁRIOS!
Se acreditar que estes aqui o defenderão, Lula acabará na mesma cela do Zé Dirceu... |
Discursando
para a esquerda chique em Paris, o ex-presidente Lula disse não só
querer o voto dos empresários se um dia voltar a ser candidato, como ter
"orgulho de dizer que eles nunca ganharam tanto dinheiro na vida"
quanto nos seus governos.
É verdade, mas não por mérito do Lula. Ele apenas manteve a política econômica neoliberal de FHC, cumprindo fielmente o pacto que firmara com os grandes capitalistas em 2002, resumido em quatro palavras: o lucro é sagrado. E, portanto, intocável, ou imexível (no jargão lulesco).
Num contexto internacional mais favorável para a economia brasileira, os burguesões nadaram em dinheiro e os principais bancos cansaram de anunciar recordes de faturamento.
É verdade, mas não por mérito do Lula. Ele apenas manteve a política econômica neoliberal de FHC, cumprindo fielmente o pacto que firmara com os grandes capitalistas em 2002, resumido em quatro palavras: o lucro é sagrado. E, portanto, intocável, ou imexível (no jargão lulesco).
Num contexto internacional mais favorável para a economia brasileira, os burguesões nadaram em dinheiro e os principais bancos cansaram de anunciar recordes de faturamento.
Se é DISTO que o Lula se orgulha, então que vá agora procurar sua turma na Fiesp e na Febraban.
Com o risco de os donos do Brasil preferirem hoje outros serviçais. É o que tudo indica estar ocorrendo, pois só ingênuos engolem que a sequência de duros golpes no lulismo seja mera coincidência.
Todos estamos dispostos a defender com unhas e dentes um Lula que volte a confrontar a burguesia, como fazia nos bons tempos.
Mas,
se ele preferir mendigar o apoio dos burgueses, não vai ter os melhores
ao seu lado e os piores, inevitavelmente, o trairão. Sua queda deverá
ser melancólica.
Quem viver, verá.
11.12.12
CONFRONTO DE PODERES?! FALA SÉRIO...
"Pode mandar vaso de guerra,
disto até acho graça:
por causa da lagosta
até eu vou sentar praça"
(autoria desconhecida)
Um
atestado de nosso subdesenvolvimento político e mental, pior e
mais duradouro do que o econômico (o qual, dizem, já superamos, embora
eu não veja como nação desenvolvida uma que tem distribuição de renda
tão desigual e IDH tão vexatório) é a absoluta incapacidade de
colocarmos valores e princípios acima dos interesses imediatos.
O
que conta são os beneficiários e prejudicados em cada episódio;
racionálias (oportunistas) servem apenas como munição, daí a frequente
incongruência com a posição adotada anteriormente, quando a mesma
situação básica se reapresenta mas são outros os personagens envolvidos.
Refiro-me, claro, à batalha de Itararé (1) ou guerra da lagosta (2) que ora torna anedótico e retrô nosso noticiário político.
O
mais comezinho bom senso e o espírito de justiça (do qual todos
deveríamos estar imbuídos, segundo Platão) são mais do que suficientes
para sabermos que É TOTALMENTE INCONCEBÍVEL O EXERCÍCIO DE MANDATO POPULAR POR PARTE DE UM PRESIDIÁRIO, DURANTE O CUMPRIMENTO DA PENA.
Fiquei
pasmo ao ver quatro doutos ministros do Supremo Tribunal Federal
admitindo implicitamente tal sandice, que avacalharia de vez a imagem do
Judiciário aos olhos do cidadão comum.
Faz
até sentido discutir-se se o mandato, em caso de condenação, deve ser
definitivamente extinto ou temporariamente suspenso (ou seja, se o
parlamentar teria de ser cassado ou poderia apenas licenciar-se).
Mas, a intransigência é insustentável: se a Câmara não aceita que o STF extinga mandatos arguindo a independência dos Poderes, o STF pode recorrer ao mesmíssimo argumento para não liberar os deputados presos quando houver sessões da Câmara.
Mas, a intransigência é insustentável: se a Câmara não aceita que o STF extinga mandatos arguindo a independência dos Poderes, o STF pode recorrer ao mesmíssimo argumento para não liberar os deputados presos quando houver sessões da Câmara.
Então,
no braço de ferro que se esboça entre o STF e a Câmara Federal, alguém
tem de ceder, em benefício de uma democracia penosamente reconquistada e
que não deve ser colocada em risco em função de pendenga tão bizarra.
No fundo, trata-se de mera pirraça do presidente da Câmara, cuja verdadeira objeção é ao desfecho do julgamento do mensalão.
Desfecho
que previ antes mesmo do seu início: a partir da existência de algumas
provas e confissões de delitos, o rolo compressor da imprensa burguesa
faria o resto, tangendo os ministros do STF para a condenação,
independentemente de quanto os petistas e seus aliados esperneassem.
Também
na ocasião sugeri aos companheiros do PT que, ao invés de tentarem
convencer a opinião pública da inocência dos réus (tarefa impossível
enquanto a indústria cultural continuar fazendo a bel prazer a cabeça da
maioria bovinizada), batessem pesado no fato de que práticas como as do
mensalão eram e são REGRA, não exceção, na política brasileira.
Ao invés de tentarem, em vão, desacreditar o julgamento do mensalão, o que deveriam era exigir O MESMO RIGOR, tanto por parte das autoridades policiais quanto das judiciais, EM TODOS OS DEMAIS CASOS DE CORRUPÇÃO POLÍTICA.
Infelizmente, o PT hoje não pode dar-se ao luxo de chutar o pau da barraca, pois o restaure-se a moralidade sangraria também suas fileiras.
Fica,
portanto, nesse meio termo de fazer vaquinhas para pagar as multas dos
seus condenados, mas evitar um confronto aberto com o STF, como o que o
Zé Dirceu queria e o Rui Falcão abortou.
Mas, já que os partidos conservadores/direitistas e o PIG acabam de demonstrar cabalmente que o locupletemo-nos todos
será sempre opção de risco para os petistas, eles bem que poderiam
voltar às origens, cumprindo o que prometiam em 1979: serem os paladinos
da restauração da moralidade.
Sem quaisquer ilusões de que bastariam políticos íntegros para redimir-se o Brasil, MISSÃO IMPOSSÍVEL SOB O CAPITALISMO.
Mas, OS HOMENS DE ESQUERDA TÊM OBRIGAÇÃO POLÍTICA E MORAL DE SEREM OS EXEMPLOS VIVOS DE QUE OUTRO MUNDO SEJA POSSÍVEL, deixando a lama para os inimigos de classe nela charfurdarem.
1) 1930. As tropas insurgentes de Getúlio Vargas vêm do RS para tentarem
tomar a capital federal (Rio de Janeiro). Os efetivos leais ao
presidente que elas querem depor, Washington Luiz, esperam-nas na cidade
de Itararé, divisa entre SP e PR. Canta-se em prosa e verso aquela que
será a mais formidável e sangrenta das batalhas.
Mas, nem um único tiro é disparado: antes, o presidente bate em retirada, entregando o poder a uma junta governativa.
Ironizando, o grande humorista Aparício Torelly escreve que, como nada lhe reservaram no rateio de cargos governamentais entre os vencedores, ele próprio se outorgaria a recompensa:
Mas, nem um único tiro é disparado: antes, o presidente bate em retirada, entregando o poder a uma junta governativa.
Ironizando, o grande humorista Aparício Torelly escreve que, como nada lhe reservaram no rateio de cargos governamentais entre os vencedores, ele próprio se outorgaria a recompensa:
"O Bergamini pulou em cima da prefeitura do Rio, outro companheiro que nem revolucionário era ficou com os Correios e Telégrafos, outros patriotas menores foram exercer o seu patriotismo a tantos por mês em cargos de mando e desmando… e eu fiquei chupando o dedo. Foi então que resolvi conceder a mim mesmo uma carta de nobreza. Se eu fosse esperar que alguém me reconhecesse o mérito, não arranjava nada. Então passei a Barão de Itararé, em homenagem à batalha que não houve".2) Desavença entre o Brasil e a França, meio século atrás, sobre a pesca em larga escala de lagostas na plataforma continental brasileira (mais detalhes aqui).
O deixa disso! acabou prevalecendo, mas o patético da chamada guerra da lagosta municiou fartamente os humoristas. A melhor gozação foi a paródia citada no prólogo, de autoria desconhecida, da marchinha carnavalesca "Cachaça não é água":
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STF
6.12.12
A MÍDIA BRASILEIRA NO SEU PIOR MOMENTO
No capítulo que Carlos Lungarza dedicou à mídia impressa em Os cenários ocultos do Caso Battisti
--livro da Geração Editorial que será lançado nesta 5ª feira (6), a
partir das 19 horas, na Livraria Cultura do Shopping Bourbon, no bairro
paulistano da Pompéia--, merecem especial destaque suas críticas
contundentes, mas justificadíssimas, aos três piores vilãos midiáticos
durante a empreitada que ele apropriadamente qualificou de inquisição tropical: o jornal Folha de S. Paulo e as revistas veja e Carta Capital.
Vale
a pena reproduzir os principais trechos do Lungarzo, com alguns
comentários meus no rodapé. Os intertítulos também são meus.
O JORNAL DA DITABRANDA E SEU LOBBISMO INÚTIL
A Folha de S.Paulo,
um dos jornais favoritos das elites, foi grande propagandista da
ditadura de 1964 e ativa colaboradora logística, emprestando seus
caminhões aos comandos militares de tortura, que os usaram para deslocar
cadáveres dos mortos em tormentos (1). 'Converteu-se' à democracia na década de 1980, quando a repressão já não produzia lucros (2).
Atualmente,
debocha dos defensores de direitos humanos e oferece suas páginas aos
genocidas militares aposentados. O jornal insulta e usa palavras como terrorista
para quem não é nem foi. Além disso, enfatiza todos os fatos negativos
que encontra sobre o caso Battisti, mas omite os fatos positivos
apresentados por fontes fidedignas.
Em 19 de janeiro de 2009, o jornal ofereceu seu melhor espaço ao magistrado italiano Armando Spataro, que contou uma versão dos fatos mais iníqua que a dos autos italianos.
A Folha.com (versão eletrônica do jornal) deu apoio 'implícito' aos vingadores, como Alberto Torregiani, o filho do ourives, cujas opiniões receberam ampla difusão (3), muitas das quais a seção latino-americana da Ansa teve o pudor de não publicar. Entre janeiro de 2009 e fevereiro de 2010, a Folha.com divulgou quinze das 'reflexões' do jovem Torregiani.
...O jornal cometeu alguns 'erros' de tradução. Durante uma fala da escritora Fred Vargas, na edição de 2 de fevereiro de 2009, a Folha On line traduziu a expressão 'militants de gauche' (militantes de esquerda), usada pela romancista, com um termo 'um pouco' diferente: terroristas. Já não se fazem tradutores como antigamente!
...A Folha, como outros órgãos fraternos, ficou furiosa quando, em 8 de junho de 2011, Battisti foi solto pelo STF. Mas o esforçado jornal não desprezou as novas chances de tumulto.
Uma delas foi uma reportagem humilhante de Battisti, que um repórter do jornal conseguiu flagrar aproveitando-se de seu parentesco com a pessoa que gentilmente hospedava o escritor (4).
Outra foi uma notícia inventada, segundo a qual o lançamento do último livro de Battisti, Ao pé do muro, que seria apresentado em São Paulo, havia sido cancelado sine die pelo próprio escritor.
A Folha impressa usou seus espaços mais caros e até duas matérias editoriais (5) para publicar compactos libelos contra o refúgio de Battisti, a favor de sua extradição e contra qualquer 'bastardo' que sugerisse que o linchado era inocente.
O semanário Veja, do grupo Abril, vende cerca de um milhão de exemplares às classes média e alta e veicula matérias com poucos dados e muito comentário. O magazine combate os movimentos sociais e étnicos, os grupos de direitos humanos, os apoiadores do ensino popular e outros similares.
Também estimula o linchamento em geral, ridiculariza as garantias jurídicas e ovaciona os grupos de extermínio da polícia. Alguns de seus colunistas têm traços psiquiatricamente disfuncionais, um fato que é infrequente na mídia escrita brasileira.
O magazine é especialista em 'surpresas', como notícias sobre corrupção e conspirações baseadas em dossiês não verificáveis. Uma amostra da laia de seu pessoal foi a tentativa de um jornalista de invadir o quarto de um ex-ministro num hotel. Chama a atenção sua extrema agressividade contra seus inimigos, usando termos injuriosos ou ridicularizando formas de comportamento, atividades profissionais, vida privada e até deficiências pessoais.
Um blogueiro da versão eletrônica da Veja, Augusto Nunes, edita a seção Sanatório Geral, onde 'interna' seus desafetos (6), como se as doenças mentais, caso existissem, fossem motivo de chacota. Em novembro de 2009, publicou sarcasmos contra a defesa de Battisti pelo senador Eduardo Suplicy, estimulando leitores anônimos que escreveram comentários irreproduzíveis. Um deles propôs atacar o parlamentar fisicamente quando andava pela rua.
Seu fundador foi o italiano Demétrio Carta, dito Mino.
A Carta defende um estado nacionalista modernizante, gerido por uma espécie de aliança de classes com hegemonia empresarial, e antagoniza o imperialismo americano e os capitalistas ligados a ele. Parece ideologicamente afim com o ex-comunismo italiano (7) e apoia o PT no Brasil. Quem conhece o jornalismo latino-americano vai achar sua posição muito semelhante à do conhecido comunicador argentino Jacobo Timerman (1923-1999).
A Carta foi o segundo veículo mais empenhado numa intensa campanha contra Battisti. A revista despejou ataques sem pausa em todos os seus números durante vários meses. Eles iam contra os políticos que apoiavam o italiano, os advogados da defesa, os movimentos de solidariedade, os juristas progressistas, as organizações humanitárias e os escritores franceses, especialmente Fred Vargas. Além de rixas pessoais e desafetos ideológicos, os textos mostravam velhos rancores da Itália dos anos 1970, e até de conflitos europeus, como o tradicional desconforto dos italianos com os franceses.
Essa campanha foi marcada por exageros e críticas fora de contexto, mas também por alguns dados inventados. Várias matérias atribuíram a grupos afins aos PAC delitos de homicídio (p. ex., o do delator Guido Rossa), cujos autores, segundo os próprios italianos, eram das Brigadas Vermelhas. Alguns artigos escrutaram a vida pregressa e privada de Battisti em fatos alheios à política. O ímpeto foi tão forte que chegaram a criticar a obra literária de Fred Vargas.
O colunista mais qualificado, Walter F. Maierovitch, disse que, sendo Fred Vargas uma romancista, o que se poderia esperar dela eram dados romanceados, desprezando o fato de que ela é premiada pesquisadora em história e arqueologia.
Maierovitch é o mais inteligente desse grupo, como demonstrou, em 14 de outubro de 2011, ao declarar, com visível amargura, que a provocação do procurador federal em Brasília, Hélio Heringer, pedindo a anulação do visto de Battisti e sua deportação a um terceiro país, era 'lamentavelmente' inviável.
Em 19 de janeiro de 2009, o jornal ofereceu seu melhor espaço ao magistrado italiano Armando Spataro, que contou uma versão dos fatos mais iníqua que a dos autos italianos.
A Folha.com (versão eletrônica do jornal) deu apoio 'implícito' aos vingadores, como Alberto Torregiani, o filho do ourives, cujas opiniões receberam ampla difusão (3), muitas das quais a seção latino-americana da Ansa teve o pudor de não publicar. Entre janeiro de 2009 e fevereiro de 2010, a Folha.com divulgou quinze das 'reflexões' do jovem Torregiani.
...O jornal cometeu alguns 'erros' de tradução. Durante uma fala da escritora Fred Vargas, na edição de 2 de fevereiro de 2009, a Folha On line traduziu a expressão 'militants de gauche' (militantes de esquerda), usada pela romancista, com um termo 'um pouco' diferente: terroristas. Já não se fazem tradutores como antigamente!
...A Folha, como outros órgãos fraternos, ficou furiosa quando, em 8 de junho de 2011, Battisti foi solto pelo STF. Mas o esforçado jornal não desprezou as novas chances de tumulto.
Uma delas foi uma reportagem humilhante de Battisti, que um repórter do jornal conseguiu flagrar aproveitando-se de seu parentesco com a pessoa que gentilmente hospedava o escritor (4).
Outra foi uma notícia inventada, segundo a qual o lançamento do último livro de Battisti, Ao pé do muro, que seria apresentado em São Paulo, havia sido cancelado sine die pelo próprio escritor.
A Folha impressa usou seus espaços mais caros e até duas matérias editoriais (5) para publicar compactos libelos contra o refúgio de Battisti, a favor de sua extradição e contra qualquer 'bastardo' que sugerisse que o linchado era inocente.
O FEDOR NAUSEABUNDO DA MARGINAL PINHEIROS
O semanário Veja, do grupo Abril, vende cerca de um milhão de exemplares às classes média e alta e veicula matérias com poucos dados e muito comentário. O magazine combate os movimentos sociais e étnicos, os grupos de direitos humanos, os apoiadores do ensino popular e outros similares.
Também estimula o linchamento em geral, ridiculariza as garantias jurídicas e ovaciona os grupos de extermínio da polícia. Alguns de seus colunistas têm traços psiquiatricamente disfuncionais, um fato que é infrequente na mídia escrita brasileira.
O magazine é especialista em 'surpresas', como notícias sobre corrupção e conspirações baseadas em dossiês não verificáveis. Uma amostra da laia de seu pessoal foi a tentativa de um jornalista de invadir o quarto de um ex-ministro num hotel. Chama a atenção sua extrema agressividade contra seus inimigos, usando termos injuriosos ou ridicularizando formas de comportamento, atividades profissionais, vida privada e até deficiências pessoais.
Um blogueiro da versão eletrônica da Veja, Augusto Nunes, edita a seção Sanatório Geral, onde 'interna' seus desafetos (6), como se as doenças mentais, caso existissem, fossem motivo de chacota. Em novembro de 2009, publicou sarcasmos contra a defesa de Battisti pelo senador Eduardo Suplicy, estimulando leitores anônimos que escreveram comentários irreproduzíveis. Um deles propôs atacar o parlamentar fisicamente quando andava pela rua.
PECADO CAPITAL DA CARTA: PERSEGUIR A ESQUERDA AUTÊNTICA
Carta Capital é um
semanário com cerca de 90 mil exemplares que, desde 1994 até o começo do
caso Battisti, foi elogiado por leitores jovens que “não eram de
esquerda e não sabiam”. Seu fundador foi o italiano Demétrio Carta, dito Mino.
A Carta defende um estado nacionalista modernizante, gerido por uma espécie de aliança de classes com hegemonia empresarial, e antagoniza o imperialismo americano e os capitalistas ligados a ele. Parece ideologicamente afim com o ex-comunismo italiano (7) e apoia o PT no Brasil. Quem conhece o jornalismo latino-americano vai achar sua posição muito semelhante à do conhecido comunicador argentino Jacobo Timerman (1923-1999).
A Carta foi o segundo veículo mais empenhado numa intensa campanha contra Battisti. A revista despejou ataques sem pausa em todos os seus números durante vários meses. Eles iam contra os políticos que apoiavam o italiano, os advogados da defesa, os movimentos de solidariedade, os juristas progressistas, as organizações humanitárias e os escritores franceses, especialmente Fred Vargas. Além de rixas pessoais e desafetos ideológicos, os textos mostravam velhos rancores da Itália dos anos 1970, e até de conflitos europeus, como o tradicional desconforto dos italianos com os franceses.
Essa campanha foi marcada por exageros e críticas fora de contexto, mas também por alguns dados inventados. Várias matérias atribuíram a grupos afins aos PAC delitos de homicídio (p. ex., o do delator Guido Rossa), cujos autores, segundo os próprios italianos, eram das Brigadas Vermelhas. Alguns artigos escrutaram a vida pregressa e privada de Battisti em fatos alheios à política. O ímpeto foi tão forte que chegaram a criticar a obra literária de Fred Vargas.
O colunista mais qualificado, Walter F. Maierovitch, disse que, sendo Fred Vargas uma romancista, o que se poderia esperar dela eram dados romanceados, desprezando o fato de que ela é premiada pesquisadora em história e arqueologia.
Maierovitch é o mais inteligente desse grupo, como demonstrou, em 14 de outubro de 2011, ao declarar, com visível amargura, que a provocação do procurador federal em Brasília, Hélio Heringer, pedindo a anulação do visto de Battisti e sua deportação a um terceiro país, era 'lamentavelmente' inviável.
- E, principalmente, para vigiar locais e emboscar resistentes, já que, percebendo a presença de viaturas policiais, eles teriam mais tempo para reagir e tentar escapar.
- A "conversão" se deu, na verdade, em meados da década de 1970, quando Golbery do Couto e Silva, o estrategista do (prestes a ser empossado) ditador Ernesto Geisel encontrou no aeroporto o sócio principal do Grupo Folha, Otávio Frias de Oliveira, aproveitando para antecipar-lhe que haveria uma distensão política e convinha ao jornal adotar uma postura mais ousada, não deixando que o concorrente O Estado de S. Paulo, opositor ferrenho da ditadura a partir da promulgação do AI-5, surfasse sozinho na nova onda.
- Eu denunciei a parcialidade e as mentiras de Torregiani neste artigo, além de escrever à própria agência Ansa e aos veículos da nossa imprensa que estavam acolhendo tais falácias. Ninguém respondeu e outras matérias similares seriam publicadas adiante.
- Episódio no qual consegui uma rara admissão de culpa por parte do jornal da ditabranda, conforme relato neste artigo.
- Um desses editoriais foi publicado no próprio dia do início do julgamento do pedido de extradição italiano por parte do STF e tinha clara intenção de intimidar os ministros. Mas, neste caso, o lobbismo só funcionou em parte, tangendo as primeiras decisões do Supremo mas não impedindo que, no final, o castelo de cartas desabasse.
- Trata-se de um plágio descarado do cemitério dos mortos-vivos do cabôco Mamadô, para o qual o cartunista Henfil despachava os reaças nos saudosos tempos d'O Pasquim. Quanto ao Augusto Nunes, que presidia o centro acadêmico da ECA/USP quando nela ingressei (1972), é um Carlos Lacerda em miniatura: começou na esquerda e endireitou cada vez mais, vestindo a camisa dos seus empregadores, como o clã Mesquita do vetusto Estadão. Mas, havendo oferta excessiva na praça de escribas dispostos a lamberem os sapatos dos burgueses, sua carreira foi declinando até chegar ao fundo do poço: blogueiro da veja!
- É uma revista que não leva o nome do dono por acaso: Mino Carta erige suas paixões e idiossincrasias em linha editorial. Sendo admirador fervoroso do antigo Partido Comunista Italiano, é, coerentemente, inimigo furibundo dos agrupamentos mais à esquerda e dos veteranos da luta armada nos dois continentes. Mas, seus defeitos vão além da megalomania e espírito revanchista: insincero, nunca admitiu para seus leitores o real motivo de sua perseguição inquisitorial a Cesare Battisti, qual seja o de ser o escritor um remanescente das batalhas que a esquerda autêntica italiana travou contra o aburguesamento do PCI; intolerante, retirou-se do próprio blogue por não suportar as contestações dos internautas; e pusilâmine, várias vezes fingiu ignorar os desafios que o Rui Martins e eu lhe lançamos, para debater com um de nós o Caso Battisti (chegou a trombetear triunfalmente que o Zé Dirceu esquivara-se de um confronto com ele, mas emudeceu quando ofereci-me para substituir o Zé, disposto a duelar nas mesmíssimas condições).
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3.12.12
LUNGARZO LANÇA LIVRO SOBRE O CASO BATTISTI 5ª FEIRA EM SP
O
professor universitário e defensor dos direitos humanos Carlos Lungarzo
estará lançando nesta 5ª feira (6), na capital paulista, seu abrangente
livro sobre uma das maiores vitórias já conquistadas pelos homens
justos contra uma grande cruzada reacionária de linchamento judicial: Os cenários ocultos do Caso Battisti Geração Editorial, 2012, 384 p.).
Trata-se de uma oportunidade para o grande público ficar conhecendo tudo que foi escamoteado pela grande imprensa ao longo dessa longa batalha que deverá ser reconhecida, com o passar do tempo, como tão importante quanto os casos de Dreyfus e de Sacco e Vanzetti, com a diferença de haver terminado num quase impossível triunfo, dada a extrema disparidade de forças: foram derrotados o governo fascistóide de um país do 1º mundo, os reacionários de dois continentes e a mídia tendenciosíssima que exerceu influência avassaladora sobre a maioria bovinizada.
Como ocorreu com Alfred Dreyfus, o malogro final da conspiração não impediu que o injustiçado tivesse sua carreira (a dele militar, a de Battisti literária) muito prejudicada, além de passar vários anos na prisão. Mas, ao menos, ambos viram o castelo de cartas desabar ainda em vida, ao contrário de Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, cuja inocência só foi oficializada postumamente, no cinquentenário de sua execução, pelo governador de Massachusetts.
Com recapitulação bem didática e análises impecáveis, Lungarzo leva a cabo a árdua tarefa que se propôs, qual seja a de identificar "os fatores ocultos que fazem possível uma maré de linchamento dessas dimensões". Eis sua proposta de trabalho:
Trata-se de uma oportunidade para o grande público ficar conhecendo tudo que foi escamoteado pela grande imprensa ao longo dessa longa batalha que deverá ser reconhecida, com o passar do tempo, como tão importante quanto os casos de Dreyfus e de Sacco e Vanzetti, com a diferença de haver terminado num quase impossível triunfo, dada a extrema disparidade de forças: foram derrotados o governo fascistóide de um país do 1º mundo, os reacionários de dois continentes e a mídia tendenciosíssima que exerceu influência avassaladora sobre a maioria bovinizada.
Como ocorreu com Alfred Dreyfus, o malogro final da conspiração não impediu que o injustiçado tivesse sua carreira (a dele militar, a de Battisti literária) muito prejudicada, além de passar vários anos na prisão. Mas, ao menos, ambos viram o castelo de cartas desabar ainda em vida, ao contrário de Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, cuja inocência só foi oficializada postumamente, no cinquentenário de sua execução, pelo governador de Massachusetts.
Com recapitulação bem didática e análises impecáveis, Lungarzo leva a cabo a árdua tarefa que se propôs, qual seja a de identificar "os fatores ocultos que fazem possível uma maré de linchamento dessas dimensões". Eis sua proposta de trabalho:
"Percebi que deveria aplicar as teorias usadas por pesquisadores europeus para descrever os mecanismos de ódio dos nazistas antes e durante a 2a Guerra Mundial.
Também foi determinante para a compreensão desse fato o terrorismo de estado incubado na Itália já em 1947. Os patrocinadores desse terrorismo, os EUA e a Aliança Atlântica (OTAN), resgataram o antigo fascismo e o adotaram como parceiro na Operação Gladio, que contou com o apoio dos neofascistas, da centro-direita, da Igreja, das Forças Armadas, da máfia e das empresas.
O caso Battisti se desenvolveu, aparentemente, em cenários visíveis, como a corte suprema brasileira, mas os fatos reais foram incubados em cenários ocultos, onde se fabricaram as armas psicológicas, midiáticas e jurídicas usadas para forçar a extradição".
A
programação do lançamento inclui debate, do qual participarei,
juntamente com o senador Eduardo Suplicy e outros. A partir das 19 horas, na Livraria Cultura do Shopping Bourbon (rua Turiassu, 2.100, Pompéia).
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28.11.12
A CBF DOS FILHOTES DA DITADURA VAI DE MAL A PIOR
Como deputado lambe-botas dos militares, Marin era fã extremado do hediondo delegado Sérgio Fleury |
Luiz Felipe Scolari é o técnico escolhido para dirigir a Seleção Brasileira pela dupla de filhotes da ditadura
José Maria Marin/Marco Polo Del Nero, cuja condição de antigos
colaboradores do regime militar já foi exaustivamente provada pelo Juca
Kfouri.
Foi a PIOR
escolha possível. Assim como Dunga, trata-se de um antigo
cabeça-de-bagre dos gramados, que jamais esqueceu de como era humilhado
pelos craques. Depois, na condição de técnico, passou o resto da vida priorizando a
transpiração e detestando os que têm inspiração.
No
seu caso, o ressentimento dos limitados contra os naturalmente
talentosos atinge o paroxismo. Sempre preparou as equipes para a guerra,
não para competições esportivas. Daí suas conquistas serem quase todas
em torneios de curta duração, nos quais o aguerrimento às vezes prevalecia.
Antes
de se tornar totalmente superado, como está agora, ele vencia
mata-matas --e não medíocres como a Copa do Brasil 2012, que
provavelmente será seu canto do
cisne. Sempre apostando em defesas bem fechadas e algo desleais, num
lançador (desde Arce até Marcos Assunção) e num artilheiro (de Jardel a
Barcos). O futebol reduzido a um mínimo às vezes suficiente, mas sempre
tosco e sem brilho.
Só que, após a conquista do Mundial de 2002, até como técnico motivador ele tem fracassado melancolicamente.
Jogadores do Palmeiras sabotaram Felipão por ter colocado as torcidas organizadas contra eles |
Foi o maior responsável pelo
rebaixamento do Palmeiras, tendo perdido totalmente a autoridade moral
sobre o elenco quando os jogadores ficaram sabendo que, por meio de um
capacho, ele vazara às torcidas organizadas o nome de jogadores
baladeiros, para que os brucutus os fossem hostilizar.
Como os boleiros detestam traíras, o Palmeiras, a partir daí, convulsionou-se e entrou inexoravelmente no rumo da 2ª divisão.
Como os boleiros detestam traíras, o Palmeiras, a partir daí, convulsionou-se e entrou inexoravelmente no rumo da 2ª divisão.
E,
perante quaisquer esportistas de verdade, Felipão caiu do pedestal ao admitir que o Palmeiras entregasse jogos para
prejudicar o Corinthians no Brasileirão 2010. Chegou ao cúmulo de
liberar todos os titulares para férias antes da última partida.
O
pior de tudo é que sua indicação é uma aposta dos saudosos do
autoritarismo na fabricação de um clima patrioteiro, idêntico ao que
havia no Brasil em 1970 e na Argentina em 1978.
Não
funcionará, é claro, com o Brasil tendendo a ser detonado pela
Argentina do grande Messi ou pela excelência do jogo coletivo da Espanha
e Alemanha. Para superar nossa evidente inferioridade diante de tais
adversários, precisamos de técnicos estrategistas, não trogloditas.
Se seguirmos adiante com Marin, Del Nero e Felipão, o maracanazzo
de 1950 não vai se repetir... porque sequer chegaremos à
finalíssima. O mais provável é nem passarmos das quartas-de-final,
com o mestre Felipão se igualando a seu discípulo Dunga.
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26.11.12
"QUE APROVEITA AO HOMEM GANHAR O MUNDO INTEIRO, SE PERDER A SUA ALMA?"
Juiz Haywood (Spencer Tracy): a primeira infâmia abre caminho para todas as outras |
Há sempre uma desculpa ou atenuante qualquer para se
ultrapassar a fronteira entre a civilização e a barbárie, o justo e o injusto, o certo e o
errado, o digno e o indigno.
Então,
a regra de ouro foi expressa pelo velho juiz protagonizado por Spencer
Tracy, num filme memorável: Tribunal em Nuremberg
(d. Stanley Kramer, 1961).
Indagado sobre quando começou o
desvirtuamento da Justiça alemã sob o nazismo, ele responde: "Foi no
dia em que o primeiro juiz condenou o primeiro réu que ele sabia ser
inocente".
É imperativo para nós, os verdadeiros revolucionários, voltarmos a ser os que não
abrem o precedente dúbio, ao qual segue-se a banalização da dubiedade.
Por maior que seja o preço a pagar, cabe-nos personificar a
alternativa à geléia geral na qual conveniências amorais e imorais são
colocadas à frente dos princípios. Ou não haverá para o cidadão comum
nenhum símbolo visível de que outro mundo seja possível.
O PSOL pode agora abrir tal precedente, ao consentir que Clécio Luís, seu primeiro prefeito de capital, defenda posturas TOTALMENTE inaceitáveis (como a aceitação do financiamento de bancos e empreiteiras e as alianças indiscriminadas com reformistas) à luz dos valores socialistas e libertários aos quais aderiu até no nome. Com o agravante de já haver aceitado apoios repulsivos
para vencer a eleição --os quais, sabem-no os que não acreditam em Papai
Noel, certamente terão consequências nefastas na sua gestão.
Se
não reagir firmemente na defesa de sua identidade política, o PSOL
entrará no mesmo caminho sem volta que o PT começou a trilhar quando da
expulsão de Paulo de Tarso Venceslau, em 1998.
Venceslau, o que levou o bom combate às últimas consequências |
A QUEDA DOS ANJOS
Ex-militante
do movimento universitário e antigo combatente da ALN, o economista
Venceslau foi a única voz no partido a protestar contra o PRIMEIRO
grande esquema de desvio de recursos públicos para financiamento
partidário, por meio de uma firma chamada CPEM - Consultoria para
Empresas e Municípios.
Tendo
sido secretário das finanças de duas prefeituras petistas no interior
paulista, em ambas ele resistira às pressões para contratar a CPEM ou
para pagar-lhe valores exorbitantes por serviços já prestados, acabando
por ser exonerado da última delas, a de São José dos Campos.
Depois
de dois anos de denúncias infrutíferas aos dirigentes máximos do PT,
Venceslau tornou público o favorecimento escuso à CEPM em entrevista ao Jornal da Tarde.
Como
resposta ao escândalo, o partido submeteu o assunto a Comissão de Ética
presidida por Hélio Bicudo, cuja salomônica decisão foi a de que
Venceslau deveria ser expulso por haver vazado um assunto interno para a
imprensa burguesa; idem o empresário Roberto Teixeira, da CPEM, por
pilotar um mais do que evidente (e evidenciado no relatório final da
Comissão) esquema de corrupção, bem ao estilo daquele que depois
celebrizaria Marcos Valério.
Luiz
Inácio Lula da Silva, que Venceslau aponta como responsável pela
montagem de tal esquema e maior beneficiário (graças ao dinheiro sujo, sua tendência teria mantido a supremacia no partido),
ameaçou sair do PT juntamente com Teixeira --que, além de tudo, era seu
compadre e lhe fornecia um apartamento de cobertura para morar de graça.
A direção estadual optou, então, por desconsiderar o parecer da Comissão de Ética, expulsando somente Venceslau. Foi o instante em que se assumiu como um partido igual aos outros, capaz até de sacrificar um militante honesto (e REVOLUCIONÁRIO!!!) para preservar uma maçã podre.
A direção estadual optou, então, por desconsiderar o parecer da Comissão de Ética, expulsando somente Venceslau. Foi o instante em que se assumiu como um partido igual aos outros, capaz até de sacrificar um militante honesto (e REVOLUCIONÁRIO!!!) para preservar uma maçã podre.
Teixeira, figurinha carimbada, seria depois convocado para depor na CPI dos Bingos |
Segundo
Venceslau, o tal Teixeira havia sido, inclusive, "torturador do
delegado Fleury". E em 2006, quando era advogado da Brasil Telecom e foi
convocado para depor na CPI dos Bingos, admitiu "conhecer" Daniel
Dantas, dizendo-se impedido de dar mais detalhes por haver cláusula de
confidencialidade
Ao contrário do que os petistas querem nos fazer crer, no caso deles o ovo da serpente não foi o mensalão mineiro, mas sim as maracutaias da CPEM. Estão certíssimos ao alegarem que todos os grandes partidos do sistema incidem nas mesmíssimas práticas, mas devemos sempre lembrar-lhes que o PT tinha obrigação política e moral de não resvalar para tal vala comum.
Tudo
que de ruim aconteceria depois foi consequência desta terrível decisão.
Orgulho-me de haver me solidarizado a Venceslau, antecipando que o
partido tendia ao desvirtuamento, no artigo PT expulsa PT, que o Jornal da Tarde
publicou com destaque na sua página de Opinião, ao lado e como
contrapartida a uma crítica que João Paulo Cunha (logo quem...) fazia ao
correto trabalho jornalístico de Luiz Maklouf Carvalho.
Como,
face às mesmas circunstâncias, tendemos a desempenhar novamente os
mesmos papéis, devo ter sido o primeiro a pedir agora a expulsão de
Clécio Luís (vide aqui). É provável que nem desta vez meu alerta leve ao esmagamento do ovo da serpente, mas a minha parte eu sempre faço.
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24.11.12
SELEÇÃO: UM CHEIRO DE 1950 NO AR
Mano Menezes estava fazendo um trabalho razoável como técnico da Seleção Brasileira; nem belo de admirar, nem feio de espantar.
Não tinha acertado a defesa, mas o ataque prometia, com Neymar, Oscar e o surpreendente Hulk.
Faltava encontrar o maestro ideal, que nunca foi Kaká.
Mas, é algo raro no futebol brasileiro: um homem decente e respeitável.
No
quesito moral, José Maria Marin, lambe-botas dos militares durante a
ditadura, não passa de um liliputiano perto dele. E foi como liliputiano
que o demitiu, agindo da forma mais traiçoeira possível.
Se for substituído por Pep Guardiola, terá sido um mal que veio para bem.
Deus nos livre do acabado Felipão, que nunca foi um grande técnico, teve muita sorte em 2002 (apostou irracionalmente em Ronaldo Fenômeno e este renasceu das cinzas, como também poderia jamais haver dado a volta por cima) e tem feito péssimo trabalho desde então, sendo um dos maiores responsáveis pela recente queda palmeirense.
Deus nos livre do acabado Felipão, que nunca foi um grande técnico, teve muita sorte em 2002 (apostou irracionalmente em Ronaldo Fenômeno e este renasceu das cinzas, como também poderia jamais haver dado a volta por cima) e tem feito péssimo trabalho desde então, sendo um dos maiores responsáveis pela recente queda palmeirense.
Isto é Marin: como deputado, fez rasgados elogios ao delegado Sérgio Fleury, assassino de Marighella. |
Pior:
mostrou péssimo caráter ao deixar que seu time entregasse jogo para
prejudicar o Corinthians, chegando ao cúmulo de dispensar todos os
titulares para as férias antes da partida final do Brasileirão 2010.
Muricy e Tite são mais dignos, portanto conviverão muito mal com os Marins, Del Neros e Sanchez da vida.
Sinto no ar um cheiro de 1950, aquele Mundial que os execráveis cartolas brasileiros jogaram no lixo, deixando que a Seleção entrasse no clima do já ganhou! e determinando ao limitadíssimo zagueiro Bigode que se abstivesse de pegar pesado para não enfear a conquista, tida como certa.
Deu no que deu: foi a avenida pela qual o grande ponteiro Gighia desfilou, carregando o Uruguai para a vitória.
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18.11.12
PROVOCADORES PROVOCAM, MATADORES MATAM. O DE SEMPRE
Sou cinéfilo e costumo rever os meus cults cinematográficos a cada par de anos. Quando explode a vingança, do Sergio Leone, é um que já devo ter assistido umas 20 vezes, de 1971 para cá.
Mas,
quando o filme é previsível e deprimente, nenhum circuito programa
sucessivas reprises, nem os programadores das tevês o botam no ar a toda
hora.
Bem
diferente do espetáculo ora em cartaz, pela enésima vez, no Oriente
Médio. É intragável mas, periodicamente, enfiam-no de novo pela nossa
goela adentro.
De um lado, grupos radicais dos países árabes cutucam a onça com vara curta, geralmente causando poucos danos.
Do
outro, os israelenses reagem com furor desmedido, extrapolando em muito
a dimensão do fato que deu pretexto à matança. Lembram os nazistas em
países ocupados: se um soldado alemão era morto pelos partisans, os nazis agarravam a esmo dezenas de moradores do bairro e os executavam bestialmente, como forma de intimidação.
Os
irresponsáveis que atraem represálias contra idosos, mulheres e
crianças não se comportam como combatentes do povo, são covardes e vis;
e Israel é, simplesmente, o IV Reich, repetindo hoje o que seus
carrascos do século passado faziam de pior. Ambos merecem o nosso mais
profundo desprezo.
NADA justifica isto!!! |
O resultado é sempre o mesmo: morre muita gente inocente e nunca se chega a lugar nenhum.
Se
o objetivo é derrotar Israel, tais radicais têm de, primeiramente,
escorraçar os tiranetes feudais que não ousam armar seus povos por medo
de que as armas se voltem contra eles. Enquanto essa corja se mantiver
no poder, jamais haverá verdadeira guerra santa unindo todos os povos
árabes contra seu opressor comum. Resumindo: as revoluções têm de vir
primeiro, para a cruzada contra Israel poder dar certo depois.
Desunidos,
eles não têm poderio bélico suficiente para vencerem o hiper, super,
ultramilitarizado estado neonazista (que, como os gays de antigamente,
não ousa dizer seu nome, mas a estrela de Davi há muito deveria ter sido
substituída pela suástica...).
Outro
pequeno detalhe: se um dia Israel estiver ameaçado de sofrer a derrota
final, os EUA inevitavelmente intervirão em seu socorro. Então, há um
ogro maior ainda escondido atrás do ogro que até agora vem surrando os
árabes periodica e impiedosamente. Isto deveria ser sempre levado em
conta, mas não é.
Sem
fibra para fazerem o que é certo, só que bem mais difícil, os radicais
investem em provocações à distância, acreditando que as imagens
dantescas dos morticínios delas decorrentes provoquem indignação
suficiente para forçar uma guerra santa. Negativo. Os tiranetes fingem e
continuarão fingindo que não é com eles.
É como tentar fazer um carro pegar no tranco,
quando a bateria está falhando. Neste caso, não dá certo. Talvez
porque as reações dos humanos não sejam exatamente mecânicas...
13.11.12
SOBRE MORUS, TIRADENTES... E ZÉ DIRCEU
Hoje me lembrei de um dos meus filmes prediletos: O homem que não vendeu sua alma (d. Fred Zinneman, 1966).
É
sobre a dignidade com que o grande pensador Thomas Morus (Paul
Scofield) resiste às pressões do rei Henrique VIII (Robert Shaw),
obcecado em arrancar-lhe um endosso à sua ruptura com a Igreja Católica e
à decisão de tornar-se ele próprio o chefe espiritual dos ingleses.
Morus
era católico fervoroso e preferiu perder tudo (poder, riqueza e a
própria vida) do que coonestar as pretensões papais do monarca.
Levado a julgamento, o autor da Utopia,
com extrema habilidade, evitou tanto trair suas convicções como
fornecer aos acusadores quaisquer justificativas legais para sua
condenação.
Até
que um crapulazinho ambicioso (John Hurt) dá o falso testemunho que o
condena, recebendo como recompensa o cargo de coletor de impostos no
território de Gales.
Morus,
com infinito desprezo, diz-lhe que nem por riquezas incomensuráveis
compensaria ele ter perdido a alma; muito menos "por Gales" (recém-anexado e
tido como insignificante).
Embora
me entristeça a condenação do antigo companheiro de jornadas estudantis
e tenha considerado sua pena exageradíssima, parece-me que ele se
vulnerabilizou irrefletidamente, colocando o pescoço no laço que a veja e outras escórias sempre mantiveram armado para ele.
Melhor seria se, como Morus, tivesse permanecido fiel aos valores originais. No seu caso, perseverando nas tentativas de mudar o mundo, ao invés de aderir à realpolitik (começando pelo crime, muito pior do que qualquer mensalão, de ele ter pessoalmente negociado os termos da capitulação de Lula aos grandes capitalistas em 2002, assumindo o compromisso de que as linhas mestras da política econômica de FHC permaneceriam intocadas sob a Presidência petista).
O governo manietado daí decorrente, exatamente por não ser revolucionário, nem de longe justificava o preço que ele agora pagará, esses 10 anos por Gales!
Bem diferente do caso de Tiradentes: ninguém tem dúvidas sobre se valeu a pena ele morrer pela independência.
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7.11.12
UM ESTRANHO NO NINHO DO PSOL
Este é o caminho que Clécio Luís aponta para o PSOL |
É
um imperativo moral para o PSOL expulsar de suas fileiras o prefeito
eleito de Macapá, Clécio Luís, por trombetear posições que o
descaracterizariam como partido de esquerda.
Em entrevista concedida à Folha de S. Paulo, Clécio ofende a nossa inteligência ao afirmar:
Em entrevista concedida à Folha de S. Paulo, Clécio ofende a nossa inteligência ao afirmar:
- que o PSOL deveria rever o veto a financiamento de bancos e empreiteiras, pois "para enfrentarmos eleições, nós temos que ter estrutura para podermos nos movimentar", passando a dispor "das mesmas ferramentas" dos demais partidos; e
- que, por não ter "relações orgânicas com esses grupos", o PSOL não se tornaria um partido promíscuo (como todos os outros que seguiram o mesmo caminho...).
Se
o Clécio acredita que bancos e empreiteiras sejam entidades
beneméritas, prontas para financiarem candidatos do PSOL sem nenhuma
contrapartida ilegal e/ou imoral, está no lugar errado. Que vá procurar
sua turma entre os que ainda creem em Papai Noel e não enxergam (ou não
querem ver) as distorções da democracia sob o capitalismo putrefato.
Quanto à sua proposta de uma "política de reaproximação" com outros partidos, inclusive o PT, implicaria trair o compromisso fundamental do PSOL com o socialismo revolucionário.
Revolucionários existem para acabarem com a exploração do homem pelo homem. Reformistas cumprem o papel de atenuarem os malefícios do capitalismo, desviando para a mesa dos explorados algumas migalhas a mais do banquete dos exploradores. Não há nem jamais haverá identidade ESTRATÉGICA possível entre ambos.
Podem somar forças em algumas circunstâncias, mas a aliança será sempre, exclusivamente, TÁTICA.
P. ex., quanto ao apoio e defesa de políticas sociais, mas nunca
perdendo de vista que aos revolucionários cumpre aprofundá-las, não se
detendo nos limites aceitáveis para os capitalistas.
Ou seja, devemos, sim, somar forças com os reformistas quando se trata de evitar retrocessos e respaldar avanços, ainda que homeopáticos. Mas, nunca nos restringindo a eles nem deixando de ressaltar que a nossa luta é por objetivos maiores, por conquistas verdadeiras e definitivas, não por meros paliativos.
Quanto à sua proposta de uma "política de reaproximação" com outros partidos, inclusive o PT, implicaria trair o compromisso fundamental do PSOL com o socialismo revolucionário.
Revolucionários existem para acabarem com a exploração do homem pelo homem. Reformistas cumprem o papel de atenuarem os malefícios do capitalismo, desviando para a mesa dos explorados algumas migalhas a mais do banquete dos exploradores. Não há nem jamais haverá identidade ESTRATÉGICA possível entre ambos.
Como nos tempos de Rosa Luxemburgo, há uma opção a ser feita entre reforma e revolução. |
Ou seja, devemos, sim, somar forças com os reformistas quando se trata de evitar retrocessos e respaldar avanços, ainda que homeopáticos. Mas, nunca nos restringindo a eles nem deixando de ressaltar que a nossa luta é por objetivos maiores, por conquistas verdadeiras e definitivas, não por meros paliativos.
Queremos
isso e queremos muito mais, porque os trabalhadores merecem muito mais.
Merecem ser os senhores de uma sociedade igualitária e livre.
Depois de aceitar apoios extremamente questionáveis para ser eleito, Clécio está fornecendo à imprensa burguesa os maiores trunfos para a desmoralização do partido desde a sua fundação. Salta aos olhos que a mensagem implícita do jornal da ditabranda é: "Vejam como os políticos do PSOL mudam seu discurso quando chegam ao poder. Mostram-se tão oportunistas quanto todos os outros".
Depois de aceitar apoios extremamente questionáveis para ser eleito, Clécio está fornecendo à imprensa burguesa os maiores trunfos para a desmoralização do partido desde a sua fundação. Salta aos olhos que a mensagem implícita do jornal da ditabranda é: "Vejam como os políticos do PSOL mudam seu discurso quando chegam ao poder. Mostram-se tão oportunistas quanto todos os outros".
O que podemos esperar do seu governo, além de outras flexibilizações de princípios que envergonharão e desacreditarão o PSOL?
Se não o expulsar, o partido estará abrindo mão de algo muito mais valioso do que a prefeitura de Macapá: a sua identidade.
Se não o expulsar, o partido estará abrindo mão de algo muito mais valioso do que a prefeitura de Macapá: a sua identidade.
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3.11.12
JÁ QUE LULA É IMBATÍVEL NA URNAS, TENTARÃO TORNÁ-LO INELEGÍVEL
Na
análise que fiz sobre o 2º turno da eleição paulistana (ver aqui), pensei em
incluir um alerta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
recomendando que reforçasse sua segurança.
A vitória de Fernando Haddad, aposta temerária de Lula que deu certo, praticamente afastou qualquer possibilidade de não ser ele o candidato do PT à eleição presidencial de 2014, com enorme chance de conquistar o terceiro mandato.
Ora, há direitistas dispostos a tudo para quebrarem o círculo virtuoso do lulismo.
As analogias históricas não podem ser descartadas, pois as repetições das tragédias ocorrem amiúde --e nem sempre como farsas.
Em 1945, as forças retrógradas pensaram que bastaria uma pequena ajuda estadunidense para se livrarem de Getúlio Vargas, a pretexto da supressão de uma ditadura semelhante às derrotadas nos campos de batalha da II Guerra Mundial.
O objetivo imediato foi conseguido, com o pressionado Vargas abdicando do poder e de concorrer à eleição presidencial imediata. Contudo, ele apoiou o poste Eurico Gaspar Dutra, fazendo com que fosse eleito; depois, sucedeu-o pela via democrática.
Os reaças contra-atacaram com a articulação (capitaneada pela UDN) para forçar o seu impeachment, por corrupção, em 1954.
Se tal cartada também tivesse falhado, qual seria o passo seguinte? Sabe-se lá. O certo é que quem vai tão longe, não volta atrás; joga cada vez mais pesado.
O lulismo já está no terceiro mandato presidencial e a conquista do quarto parece ser favas contadas. O escândalo do mensalão não produziu o mesmo resultado do mar de lama, assim como o Cansei! não conseguira bisar a Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade.
Então, minha sensibilidade política, no próprio domingo da eleição, era de que alguma ação mais contundente seria tentada pela direita, já que nas urnas ficou bem difícil barrar Lula. Mas, como muita gente confunde reflexão com torcida, acabei deixando pra lá. Estou cansado de ser mal interpretado.
A notícia d'O Estado de S. Paulo, de que o condenado Marcos Valério Fernandes de Souza oferece-se para incriminar Lula em troca de uma vaguinha no programa federal de proteção à testemunha (o que o livraria do xilindró), mostra uma alternativa à opção Kennedy, com a vantagem de não deixar para trás perguntas que não querem calar.
Seria baterem de novo na tecla mar de lama, só que agora com pata de elefante, envolvendo Lula inclusive na morte de um ex-prefeito de Santo André, o arquivo queimado Celso Daniel.
Vamos ver o que decidirão o procurador-geral da República e o Supremo Tribunal Federal. Pode-se depreender que a proposta indecente do traira tendia a não ser aceita, daí terem-na vazado para a imprensa, visando constranger Roberto Gurgel e o STF. Já há ministros do Supremo admitindo que Valério seja protegido.
O certo é que Lula tem um caminho pedregoso pela frente, até a eleição de 2014. Se ainda usasse barbas, deveria botá-las de molho...
A vitória de Fernando Haddad, aposta temerária de Lula que deu certo, praticamente afastou qualquer possibilidade de não ser ele o candidato do PT à eleição presidencial de 2014, com enorme chance de conquistar o terceiro mandato.
Ora, há direitistas dispostos a tudo para quebrarem o círculo virtuoso do lulismo.
As analogias históricas não podem ser descartadas, pois as repetições das tragédias ocorrem amiúde --e nem sempre como farsas.
Em 1945, as forças retrógradas pensaram que bastaria uma pequena ajuda estadunidense para se livrarem de Getúlio Vargas, a pretexto da supressão de uma ditadura semelhante às derrotadas nos campos de batalha da II Guerra Mundial.
O objetivo imediato foi conseguido, com o pressionado Vargas abdicando do poder e de concorrer à eleição presidencial imediata. Contudo, ele apoiou o poste Eurico Gaspar Dutra, fazendo com que fosse eleito; depois, sucedeu-o pela via democrática.
Desde setembro a "veja" tudo faz para que seja aceita a barganha a delação |
Se tal cartada também tivesse falhado, qual seria o passo seguinte? Sabe-se lá. O certo é que quem vai tão longe, não volta atrás; joga cada vez mais pesado.
O lulismo já está no terceiro mandato presidencial e a conquista do quarto parece ser favas contadas. O escândalo do mensalão não produziu o mesmo resultado do mar de lama, assim como o Cansei! não conseguira bisar a Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade.
Então, minha sensibilidade política, no próprio domingo da eleição, era de que alguma ação mais contundente seria tentada pela direita, já que nas urnas ficou bem difícil barrar Lula. Mas, como muita gente confunde reflexão com torcida, acabei deixando pra lá. Estou cansado de ser mal interpretado.
A notícia d'O Estado de S. Paulo, de que o condenado Marcos Valério Fernandes de Souza oferece-se para incriminar Lula em troca de uma vaguinha no programa federal de proteção à testemunha (o que o livraria do xilindró), mostra uma alternativa à opção Kennedy, com a vantagem de não deixar para trás perguntas que não querem calar.
Seria baterem de novo na tecla mar de lama, só que agora com pata de elefante, envolvendo Lula inclusive na morte de um ex-prefeito de Santo André, o arquivo queimado Celso Daniel.
Vamos ver o que decidirão o procurador-geral da República e o Supremo Tribunal Federal. Pode-se depreender que a proposta indecente do traira tendia a não ser aceita, daí terem-na vazado para a imprensa, visando constranger Roberto Gurgel e o STF. Já há ministros do Supremo admitindo que Valério seja protegido.
O certo é que Lula tem um caminho pedregoso pela frente, até a eleição de 2014. Se ainda usasse barbas, deveria botá-las de molho...
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1.11.12
CLIENTE = COCÔ DO CAVALO DO BANDIDO (NA VISÃO DO UOL)
Abaixo
estão a queixa que enviei na madrugada deste dia 1º à ombudsman do UOL e
um complemento que encaminhei a ela agora pela manhã. São
autoexplicativos.
SOU ASSINANTE DO UOL HÁ PELO MENOS UMA DÉCADA. MINHA MENSALIDADE É SEMPRE DEBITADA EM CONTA, SEM PROBLEMA NENHUM.
EM OUTUBRO, CONTUDO, NÃO HOUVE O DÉBITO POR PROBLEMAS QUE, ABSOLUTAMENTE, NÃO ME DIZEM RESPEITO: GREVE BANCÁRIA E INCAPACIDADE DO UOL DE EQUACIONAR A SITUAÇÃO SEM INCOMODAR O CLIENTE -- EU.
PARA PIORAR, PASSEI A RECEBER E-MAILS DESELEGANTES E IMPOSITIVOS, QUE SERIAM EXAGERADOS MESMO NO CASO DE CLIENTE RESPONSÁVEL PELA INADIMPLÊNCIA. QUE COMUNICAÇÃO DESASTROSA!
MESMO ASSIM, TOMEI A INICIATIVA DE CONTATAR O SAC E PEDIR QUE ME ENVIASSEM UM BOLETO ELETRÔNICO. PROMETERAM MANDAR, MAS NADA CHEGOU.
O QUE CHEGOU FOI UM BOLETO, PELO CORREIO. A DATA DE VENCIMENTO É 7 DE NOVEMBRO.
PAGUEI-O NESTA 4ª FEIRA, DIA 31. ANTECIPADAMENTE, PORTANTO.
AGORA HÁ POUCO, TENTANDO ACESSAR MEU E-MAIL SECUNDÁRIO, CONSTATEI, PASMO, QUE O ACESSO HAVIA SIDO CORTADO. ISTO NUM CASO DE UM CLIENTE EXEMPLAR, QUE NÃO TEVE RESPONSABILIDADE NENHUMA NA NÃO EFETIVAÇÃO DO DÉBITO E QUE SEMPRE SE DISPÔS A PAGAR, NÃO O FAZENDO ANTES POR NÃO HAVER RECEBIDO A PROMETIDA FATURA POR E-MAIL!!!
PARA COMPLETAR A COMÉDIA DE ERROS, VOCÊS PROMETEM ATENDIMENTO TELEFÔNICO 24 HORAS, MAS A ATENDENTE NÃO PÔDE SANAR O PROBLEMA DE MADRUGADA PORQUE ISTO DEPENDE DO SETOR DE COBRANÇAS, QUE "FECHA" ÀS 22h30...
GRAÇAS A ESSA SUCESSÃO DE LAMBANÇAS, FICOU PREJUDICADO O TRABALHO QUE EU ESTAVA FAZENDO NA HORA. JORNALISTA TRABALHA TAMBÉM NESSES HORÁRIOS ESTRANHOS, COMO VOCÊ DEVE SABER.
PROTESTO VEEMENTE CONTRA O CORTE INJUSTIFICADO E PRECIPITADO DO SERVIÇO QUE CONTRATEI. NEM MESMO CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS TOMA ESSAS ATITUDES ANTIPÁTICAS ANTES DE 30 DIAS DE INADIMPLÊNCIA.
PIOR AINDA É UMA ORGANIZAÇÃO BATER CABEÇA. SE MANDAM UM BOLETO COM 07/11 COMO DATA-LIMITE, É ÓBVIO QUE QUALQUER MEDIDA RETALIATÓRIA SÓ PODE SER TOMADA CASO NÃO HAJA PAGAMENTO NO DIA 07/11. É O ABC DO OFÍCIO.
O UOL ME DEVE DESCULPAS E A ADOÇÃO DE MEDIDAS PARA EVITAR A REPETIÇÃO DESTE PATÉTICO EPISÓDIO.
EM OUTUBRO, CONTUDO, NÃO HOUVE O DÉBITO POR PROBLEMAS QUE, ABSOLUTAMENTE, NÃO ME DIZEM RESPEITO: GREVE BANCÁRIA E INCAPACIDADE DO UOL DE EQUACIONAR A SITUAÇÃO SEM INCOMODAR O CLIENTE -- EU.
PARA PIORAR, PASSEI A RECEBER E-MAILS DESELEGANTES E IMPOSITIVOS, QUE SERIAM EXAGERADOS MESMO NO CASO DE CLIENTE RESPONSÁVEL PELA INADIMPLÊNCIA. QUE COMUNICAÇÃO DESASTROSA!
MESMO ASSIM, TOMEI A INICIATIVA DE CONTATAR O SAC E PEDIR QUE ME ENVIASSEM UM BOLETO ELETRÔNICO. PROMETERAM MANDAR, MAS NADA CHEGOU.
O QUE CHEGOU FOI UM BOLETO, PELO CORREIO. A DATA DE VENCIMENTO É 7 DE NOVEMBRO.
PAGUEI-O NESTA 4ª FEIRA, DIA 31. ANTECIPADAMENTE, PORTANTO.
AGORA HÁ POUCO, TENTANDO ACESSAR MEU E-MAIL SECUNDÁRIO, CONSTATEI, PASMO, QUE O ACESSO HAVIA SIDO CORTADO. ISTO NUM CASO DE UM CLIENTE EXEMPLAR, QUE NÃO TEVE RESPONSABILIDADE NENHUMA NA NÃO EFETIVAÇÃO DO DÉBITO E QUE SEMPRE SE DISPÔS A PAGAR, NÃO O FAZENDO ANTES POR NÃO HAVER RECEBIDO A PROMETIDA FATURA POR E-MAIL!!!
PARA COMPLETAR A COMÉDIA DE ERROS, VOCÊS PROMETEM ATENDIMENTO TELEFÔNICO 24 HORAS, MAS A ATENDENTE NÃO PÔDE SANAR O PROBLEMA DE MADRUGADA PORQUE ISTO DEPENDE DO SETOR DE COBRANÇAS, QUE "FECHA" ÀS 22h30...
GRAÇAS A ESSA SUCESSÃO DE LAMBANÇAS, FICOU PREJUDICADO O TRABALHO QUE EU ESTAVA FAZENDO NA HORA. JORNALISTA TRABALHA TAMBÉM NESSES HORÁRIOS ESTRANHOS, COMO VOCÊ DEVE SABER.
PROTESTO VEEMENTE CONTRA O CORTE INJUSTIFICADO E PRECIPITADO DO SERVIÇO QUE CONTRATEI. NEM MESMO CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS TOMA ESSAS ATITUDES ANTIPÁTICAS ANTES DE 30 DIAS DE INADIMPLÊNCIA.
PIOR AINDA É UMA ORGANIZAÇÃO BATER CABEÇA. SE MANDAM UM BOLETO COM 07/11 COMO DATA-LIMITE, É ÓBVIO QUE QUALQUER MEDIDA RETALIATÓRIA SÓ PODE SER TOMADA CASO NÃO HAJA PAGAMENTO NO DIA 07/11. É O ABC DO OFÍCIO.
O UOL ME DEVE DESCULPAS E A ADOÇÃO DE MEDIDAS PARA EVITAR A REPETIÇÃO DESTE PATÉTICO EPISÓDIO.
* * *
A COMÉDIA DE ERROS PROSSEGUE. ALÉM DO RELATADO ABAIXO, ENTREI EM CONTATO
COM O SETOR DE COBRANÇA ÀS 10h56 DESTE DIA 1º E FUI INFORMADO DE QUE O
LEVANTAMENTO DO BLOQUEIO DE ALGUNS RECURSOS SÓ SE DARÁ APÓS A
CONFIRMAÇÃO DO PAGAMENTO EFETUADO ONTEM, EMBORA EU TIVESSE EM MÃOS O
RECIBO ELETRÔNICO, PODENDO FORNECER OS DADOS (AGÊNCIA, HORÁRIO, Nº,
ETC.).
OU SEJA: O CLIENTE É CULPADO (DE UMA INADIMPLÊNCIA DA QUAL NEM SEQUER FOI RESPONSÁVEL) ATÉ QUE PROVE A INOCÊNCIA. MAIS UM ABSURDO.
OU SEJA: O CLIENTE É CULPADO (DE UMA INADIMPLÊNCIA DA QUAL NEM SEQUER FOI RESPONSÁVEL) ATÉ QUE PROVE A INOCÊNCIA. MAIS UM ABSURDO.
SE O EMBARGO NÃO FOR IMEDIATAMENTE LEVANTADO, ACIONAREI TODOS OS ÓRGÃOS DE DEFESA DO CONSUMIDOR E ESCREVEREI PARA TODAS AS COLUNAS DE DIREITOS DO CONSUMIDOR DA NOSSA IMPRENSA.
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